Saindo do vermelho: uma análise sobre os Programas de Apoio Socioeconômico das Forças Armadas

Abstract

Analisa o fenômeno da educação financeira no Brasil, especificamente, no âmbito do Programa de Apoio Socioeconômico proposto pelo Ministério da Defesa, assim como examina o texto do Programa de Apoio Socioeconômico de cada Força Armada buscando, assim, desvendar o discurso ligado a este fenômeno e identificar a atuação do assistente social na operacionalização deste programa no âmbito da Marinha do Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e explicativa, sustentada em pesquisas bibliográficas sobre os fundamentos das crises econômicas e a sociedade de consumo, assim como a vinculação destes assuntos com as Políticas de Educação Financeira em curso no país, especificamente no âmbito do Ministério da Defesa. Utilizou-se também a pesquisa documental, que privilegiou a análise dos documentos normativos elaborados para operacionalização do Programa de Apoio Socioeconômico já instituídos nas três Forças Armadas. As principais questões norteadoras do estudo referem-se à formatação discursiva dos Programas de Apoio Socioeconômico fundamentada em uma ideologia neoliberal alienante e em um discurso pós-moderno e as ações que o Serviço Social vem desenvolvendo neste espaço sócio-ocupacional. No tocante à exposição dos capítulos, optou-se por apresentar, inicialmente, elementos que moldaram o cenário da política de educação financeira, tais como as crises econômicas e a propagação das ideias pós-modernas de sociedade de consumo. Em seguida, realizou-se a análise dos textos dos Programas de Apoio Socioeconômico do Ministério da Defesa, da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira. No último capítulo, desenvolveu-se uma análise sobre a atuação do Assistente Social dentro deste Programa na Marinha do Brasil, a partir da exposição de três projetos elaborados por Organizações Militares distintas. Apontou-se como considerações finais que endividamento é expressão da questão social na contemporaneidade e, portanto, objeto de intervenção profissional. Contudo, é necessário o acompanhamento da atuação profissional visto a naturalização das questões referente ao endividamento e ao crédito fácil e culpabilização do sujeito, ao ser visto como inapto para gerir suas finanças.