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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31011
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Título: | No tempo da espera: reflexões sociológicas sobre a humanização do parto no Recife |
Autor(es): | MELO, Camila Pimentel Lopes de |
Palavras-chave: | Sociologia; Humanização dos serviços de saúde; Parto (Obstetrícia) – Aspectos sociológicos; Trabalho de parto; Nascimento |
Data do documento: | 14-Jul-2017 |
Editor: | Universidade Federal de Pernambuco |
Abstract: | Este trabalho versa sobre o movimento de humanização do parto e do nascimento (MHPN) em Recife e as respectivas transformações sugeridas pelo modelo de assistência obstétrica. Tem como objetivo ressaltar, à luz das experiências das mulheres que frequentaram rodas de casais grávidos, mudanças na forma de compreender a experiência de parturição, assim como explorar a visão de alguns profissionais que participaram de um curso sobre parto domiciliar que acompanhei, a fim de verificar possíveis pontos de encontro entre a proposta de humanização do parto e as expectativas das mulheres que buscaram participar das rodas. Buscou-se argumentar que, a partir das reivindicações que acompanharam o MHPN, conforma-se uma nova cultura de parto, permitindo o que o próprio movimento chama de protagonismo feminino no parto. Assim buscou-se uma descolonização do ideário do parto, relacionando as transformações sociais e discursivas da humanização com a realidade da assistência obstétrica para evidenciar a conformação da crítica sobre presença de uma epistemologia colonial na obstetrícia hegemônica. As estratégias de investigação utilizadas envolveram a observação participante em dois momentos distintos: no curso teórico sobre parto domiciliar e nas rodas de educação perinatal; além de entrevistas com profissionais envolvidos no curso e também com mulheres que participaram das rodas. As narrativas construídas com minhas interlocutoras permitiram construir três frentes analíticas que apontam para um processo de empoderamento feminino no parto a partir de um modelo orientado para o cuidado dialogado. A primeira delas foi a mudança na relação com o tempo. Se a prática médica consolidada baseia-se na premissa da intervenção e da rapidez, acelerando o desenrolar fisiológico do parto, o ideário humanizado relaciona-se com o tempo da espera, permitindo às mulheres a vivência da experiência de parturição em seus próprios ritmos. A segunda categoria analítica relaciona-se com o uso da tecnologia. No modelo oficial temos uma prática tecnocrática e invasiva, muitas vezes produtora de iatrogenias porque baseia-se no manejo ativo do parto. No modelo de assistência humanizada a tecnologia é norteada pela medicina baseada em evidência. A ideia de técnicas de conforto conforma um conjunto de práticas, pertencentes a diversas racionalidades médicas e não-médicas, que são sugeridas como formas de auxiliar a parturiente no processo de trabalho de parto. A terceira lente analítica relaciona-se com a mudança na compreensão do corpo feminino. Baseada na separação corpo e mente, a biomedicina conformou uma experiência de parto sem sujeito e contribuiu para uma prática perpassada pela violência obstétrica. A humanização reconfigura tal compreensão, passando do corpo subalterno ao corpo potente e capaz de parir. Cada dobra analítica construída nesse texto pretendeu tecer uma narrativa que aponta para uma nova cultura de parto. Assim pretendemos contribuir para a compreensão dos aspectos sociológicos contidos no microcosmo em torno do parto. |
Descrição: | ALBUQUERQUE, Paulo Henrique Novaes Martins de, também é conhecido em citações bibliográficas por: MARTINS, Paulo Henrique Novaes |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31011 |
Aparece nas coleções: | Teses de Doutorado - Sociologia |
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