Efeito da ingestão aguda de cafeína combinada à paracetamol sobre desempenho em prova de ciclismo de 4 km

Abstract

Pesquisas recentes sugerem que a percepção de dor (PD) é um importante regulador da estratégia de prova durante exercícios predominantemente aeróbios de alta intensidade. Substâncias como cafeína e paracetamol atenuam a PD e aumentam o desempenho, porém o efeito combinado dessas substâncias sobre a PD e desempenho durante teste contrarrelógio (TCR) não foi investigado. Verificar o efeito isolado e combinado da ingestão de cafeína e paracetamol na PD e desempenho durante um TCR de 4 km de ciclismo. O design adotado no estudo foi duplo-cego, randomizado e controlado por placebo. Dez homens saudáveis completaram quatro experimentos: ingestão de celulose (PLA), cafeína (5 mg.kg⁻¹ de peso corporal, CAF), paracetamol (20 mg.kg⁻¹ de peso corporal, PAR) e cafeína combinada com paracetamol (CAF+PAR). Uma hora após a ingestão, completaram um TCR de 4 km. A PD, percepção subjetiva de esforço (PSE), atividade eletromiográfica (EMG), consumo de oxigênio (V̇O₂) e frequência cardíaca (FC) foram mensurados durante o TCR e mediados para cada 1000 m. A potência mecânica anaeróbia (PMAn) e aeróbia (PMAer) foram calculados para cada 1000 m. O teste de limiar de dor (TLD) e concentração de lactato plasmático [La] foram mensurados pré e pós TCR. O tempo para completar o TCR de 4 km de ciclismo foi significantemente menor (P < 0,05) em CAF (410,5 ± 24,2 s) do que em PLA (418,7 ± 32,6 s) e em PAR (419,4 ± 25,6 s), mas não foi diferente de CAF+PAR (414,4 ± 27,6 s) (P > 0,05). Não houve diferença no desempenho entre as condições CAF+PAR, PLA e PAR (P > 0,05). As variáveis PD, PSE, root mean square (RMS), V̇O₂, TLD, [La], PMₐn e PMᴀₑᵣ não foram diferentes entre as condições (P > 0,05). A cafeína isolada aumenta o desempenho no TCR de 4 km de ciclismo, mantendo a mesma PD e PSE, e sem efeito adicional quando combinada com PAR.