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Título : “Do sítio sim, besta não!”: reciprocidade, dons e lutas simbólicas em jogo no turismo em Areia, Paraíba-Brasil
Autor : OLIVEIRA, Josilene Ribeiro de
Palabras clave : Sociologia; Turismo rural; Turismo – Aspectos econômicos; Turismo – Aspectos religiosos; Cultura e turismo; Relações culturais; Dominação; Trocas simbólicas; Práticas culturais
Fecha de publicación : 28-jun-2018
Editorial : Universidade Federal de Pernambuco
Resumen : O tema da presente tese são as lutas simbólicas entre citadinos e sitiantes, no contexto de reelaboração da ruralidade. O objetivo geral é analisar o processo de ressignificação das práticas camponesas a partir da participação dos sitiantes no desenvolvimento do turismo no município de Areia, na Paraíba. A pesquisa qualitativa tem caráter eminentemente etnográfico, privilegiando a observação das relações sociais na Comunidade Chã de Jardim e as estratégias de reconversão dos sitiantes. Os dados foram produzidos e coletados por meio da observação e de entrevistas semidirigidas ou dirigidas, realizadas com as artesãs, os trabalhadores do Restaurante Rural Vó Maria, os membros da Adesco, os empreendedores de turismo, em Areia, e os representantes das instâncias intermediárias – papel ocupado por entidades como o Senar, o Sebrae, a PBTur, o Cooperar, a Atura, dentre outras implicadas na formatação do turismo no espaço rural. Complementarmente, realizou-se uma pesquisa exploratória junto aos clientes do Restaurante, por meio de questionários e do acompanhamento de excursões, o que permitiu traçar um perfil e identificar as demandas do público consumidor. A análise articula categorias nativas e analíticas, mantendo em perspectiva as trocas simbólicas entre os sitiantes e os outros agentes. As solidariedades e os jogos de interesse que marcam as relações entre eles são tratados a partir da teoria da dádiva, de Marcel Mauss, da sociologia da dominação, de Pierre Bourdieu, e da noção de reciprocidade hierárquica de Marcos Lanna. Defende-se a tese que a participação dos sitiantes na produção da oferta turística viabiliza-se por meio de alianças, nos planos interno e externo, estabelecidas com base na troca de dons, seguindo o princípio da reciprocidade hierárquica. Por um lado, as trocas de dádivas com outros agentes tendem a promover o reconhecimento social e elevar a autoestima dos sitiantes; e, por outro lado, tendem a gerar diferenciação interna e novas hierarquias, naturalizando a subordinação e a dominação simbólica dos empregados aos patrões. Desse modo, as lutas simbólicas são compreendidas como lutas cotidianas por reconhecimento e dignidade, que visam à superação do processo de inferiorização e invisibilidade às quais os sitiantes e outros grupos mal posicionados no espaço social são submetidos na relação com as classes dominantes. Por muito tempo “invisibilizadas”, essas lutas só puderam ganhar a cena a partir da implantação de políticas públicas de enfrentamento à pobreza rural, do estímulo à educação no campo e de ações de desenvolvimento rural, que, além de elevar as condições de vida da população rural, permitiram a emergência e o fortalecimento de lideranças locais. Longe de ser um movimento em sentido único, que resulte em uma verdadeira reestruturação das posições no espaço social, as solidariedades e lutas observadas entre os agentes revelam-se um processo complexo e ambíguo, pleno de contradições, dentro do qual se estabelecem diferentes níveis de reciprocidade, seja dentro do microssistema comunitário, sejam nas trocas entre os sitiantes e os empreendedores do município, as instâncias intermediárias ou os consumidores, formando o que poderia ser considerado um circuito ampliado de circulação de dádivas no mercado turístico no Brejo Paraibano.
URI : https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/32089
Aparece en las colecciones: Teses de Doutorado - Sociologia

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