Disfunção temporomandibular e fatores associados em idosos com doença de Parkinson

Abstract

O objetivo deste estudo foi investigar os fatores associados e a ocorrência da Disfunção Temporomandibular (DTM) em idosos com doença de Parkinson (DP). Trata-se de uma pesquisa quantitativa de corte transversal em pessoas idosas com DP, realizada no Ambulatório de Neurologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, de fevereiro a agosto de 2018. Utilizou-se como instrumento o questionário Critério de Diagnóstico de Pesquisa para Distúrbios Temporomandibulares (RDC/DTM). A amostra foi caracterizada segundo as variáveis sociodemográficas, estágio da doença, saúde autorreferida e autocuidado geral e da boca. Os fatores avaliados foram: dor crônica, depressão, sintomas físicos não específicos incluindo e excluindo itens de dor e uso de prótese. As associações entre a variável dependente e as variáveis independentes foram avaliadas pelo teste do Odds Ratio (OR) do Qui-quadrado (X²), com intervalo de confiança (IC) de 95% com nível de significância de 5%. Foram avaliadas 124 pessoas idosas com DP, destas 81 encontravam-se dentro dos critérios de elegibilidade, apresentando idade média de ± 69 anos, 67% eram do sexo masculino, 74% eram casados ou tinham companheiro, 43% declararam receber de 1-2 salários mínimos e 47% apresentavam-se no estágio moderado da DP. A saúde geral e saúde da boca foram autorreferidas como razoável com 57% e 47% respectivamente. O autocuidado da saúde geral e saúde da boca foram de 52% e 49% sendo classificados em ambos como bom. A DTM foi identificada em 22% da amostra. Os fatores que estavam associados à DTM foram dor crônica (p=0,001, OR=inf, IC95%=12,13 – inf) e depressão (p=0,014, OR=4,8, IC95%=1,14 – 23,51). Neste estudo, verificou-se que a ocorrência de DTM entre os idosos com DP é moderada, e que a dor crônica e a depressão foram os fatores que estavam associados à disfunção temporomandibular nesses idosos.