Análise da vegetação nativa no Núcleo de Desertificação Cabrobó : ferramentas para a conservação da Caatinga

Abstract

A Caatinga é uma das mais expressivas florestas secas no mundo, ocupa uma extensa área da região semiárida no Nordeste do Brasil e se entende até o norte de Minas Gerais. Sua heterogeneidade de ambientes proporciona uma elevada diversidade vegetacional que é constantemente ameaçada e degradada formando os Núcleos de Desertificação, cuja recuperação dessas áreas não é realizada de maneira ágil devido à sua extensão e a falta de informação. O Sensoriamento Remoto por meio dos Índices de Vegetação aponta o nível de degradação, onde associado aos estudos florístico e fitossociológico se tornam ferramentas precisas para o diagnóstico da vegetação de Caatinga. Desta forma, este trabalho teve como objetivo analisar a dinâmica da vegetação de uma área de Caatinga localizada no Núcleo de Desertificação Cabrobó, através de inventário fitossociológico associado ao Sensoriamento Remoto. Foi selecionado como área de estudo o município de Carnaubeira da Penha, localizado no Núcleo de Desertificação Cabrobó. Foram utilizadas imagens dos satélites Landsat 5 e 8 para o Índice da Área Foliar, associado a 1 ha da vegetação por meio de levantamento florístico e fitossociológico. Todas a plantas lenhosas com Diâmentro ao Nível do Solo ≥ 3 cm foram quantificadas e identificadas ao nível específico. As imagens de satélite mostraram que o município apresentou variação da cobertura vegetal associada ao efeito da sazonalidade com correlação de Pearson de 70%. A área foi classificada como caatinga sensu stricto e de elevada diversidade florística com 172 espécies e 54 famílias. 20 táxons foram registrados como ameaçados de extinção e 31 endêmicos, demonstrando que a área embora pertença a um Núcleo de Desertificação, abriga um potencial conservacionista. Seguindo o padrão florístico da Caatinga, Fabaceae e Euphorbiaceae foram as famílias de maior riqueza com 15 e 12 espécies, respectivamente. A densidade absoluta foi de 1109 ind ha−1 , área basal de 10.58 m2 ha−1 e índice de diversidade de Shannon-Weinner de 2.43 nats ind−1, considerado acima da média para áreas degradadas e mais compatível com os valores registrados para áreas conservadas.