Alfabetização cartográfica na prática docente de pedagogos

Abstract

O presente texto apresenta a tese intitulada ‘Alfabetização Cartográfica na Prática Docente de Pedagogos’, expressão de minha vivência profissional no Curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, mais especificamente na atuação como membro do Programa de Consolidação das Licenciaturas – PRODOCÊNCIA, de julho de 2011 a agosto de 2014, como coordenadora do Curso de Pedagogia do PARFOR/ UERN, desde 2010, e supervisora de Estágio Supervisionado (anos iniciais) de 2001 a 2018. O Objetivo Geral desta tese é verificar se a alfabetização cartográfica ocupa lugar na prática dos pedagogos egressos da UERN que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a partir de levantamento junto a egressos do curso de Pedagogia da UERN. O referencial teórico inclui os autores Santo Agostinho (389 a.C.), Comenius (1657), Rousseau (1762), Pestalozzi (1801), Durkheim (1917), Ferrière (1928) e autores contemporâneos como Almeida (2011;1989), Cavalcanti (2016), Passini (2007) Gauthier (2006), Oliveira (2017), Henneberg (1992), Cubberley (1971); Soetard (2010), Santos (2011), Silva (2003), dentre outros. A pesquisa, de natureza colaborativa, conforme argumentação de Pimenta (2006), constou de levantamento bibliográfico, avaliação do curso sob a ótica das egressas, dados das entrevistas com professoras egressas do PARFOR, observação participante junto a professoras colaboradoras de estágio não obrigatório, e dados relativos às produções de TCCs de egressas. A análise dos dados foi realizada com o aporte do método hermenêutico-dialético, referenciado em Minayo (2011), Carvalho (2003) e Oliveira (2011). As respostas à entrevista, ocorrida em três momentos com egressos do PARFOR, revelou tratamento genérico aos conteúdos de Geografia, limitados à utilização parcial do livro didático; A observação participante, em uma sessão por turma, em aulas de geografia, apresentou uma situação similar às respostas dos egressos do PARFOR, excetuando tratamento diferenciado por uma professora que otimiza as avaliações da Provinha Brasil. A análise de livros didáticos utilizados nas salas observadas, identificou sequências didáticas que abordam a alfabetização cartográfica, e sugerem uma gradualidade nos temas geográficos, no entanto essas orientações não foram observadas nas sessões realizadas e nas entrevistas. Os resultados indicam que a ação desses pedagogos relativa à alfabetização cartográfica é inexistente, sem planejamento intencional e sistemático, o que reflete essa lacuna no universo pesquisado. Concluo que há emergência de formação especifica sobre alfabetização cartográfica para docentes dos anos iniciais.