Análise da relação usuário-profissional nos Centros de Especialidades Odontológicas do Brasil

Abstract

A avaliação dos serviços de saúde pode ser entendida como um meio de prover a melhoria contínua da atenção, gerando um atendimento de qualidade para o usuário. O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ) institucionaliza a cultura de avaliação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) no Sistema Único de Saúde (SUS). A mensuração da satisfação do usuário passou a ser considerada um elemento de avaliação da qualidade dos serviços de saúde. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a relação usuário-profissional nos Centros de Especialidades Odontológicas do Brasil. Trata-se de um estudo avaliativo, com abordagens quantitativa e exploratória, utilizando dados secundários do Módulo III (Entrevista na Unidade de Saúde com Usuário) da Avaliação Externa (AE) do 1º Ciclo do PMAQ-CEO. Esses dados foram utilizados para construção de dois Índices, um de Satisfação e outro de Percepção, além de um Indicador Global de Satisfação e Percepção da relação usuário-profissional. A nota atribuída ao dentista foi avaliada, onde foram criadas 2 categorias (acima da mediana e abaixo da mediana). Também foram utilizadas variáveis de serviço (Tipo de CEO e Tempo de implantação) e as variáveis de contexto (Índice de Desenvolvimento Humano - IDH municipal, Cobertura de saúde bucal na Estratégia Saúde da Família e Regiões do Brasil). A população foi composta por 8.749 usuários de 932 CEO. Os dados foram classificados de forma sistemática, com sumarização de dados para avaliar as características gerais da população de estudo e as características dos CEO. Foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson, por meio do programa estatístico SPSS. Apresentaram melhores resultados para o Índice de satisfação os idosos, de cor branca, com renda familiar acima de 10 salários mínimos, de cidades com IDH acima de 0,7 e da região Sul. Para o Índice de Percepção os melhores resultados foram apresentados pelos homens, de cor branca, renda familiar de 5 a 10 salários mínimos, dos CEO tipo I, de cidades com IDH acima de 0,7, com menos de 50% de cobertura de saúde bucal e da região Sul. Sobre o Indicador global de satisfação e percepção da relação usuário-profissional os melhores resultados foram: idosos, homens, de cor branca, renda familiar acima de 10 salários mínimos, dos CEO tipo II, de cidades com IDH acima de 0,7, com menos de 50% de cobertura de saúde bucal e da região Sul. As melhores notas aos cuidados recebidos pelo dentista foram dadas pelos idosos, não alfabetizados, dos CEO tipo I, com mais de 50% de cobertura de saúde bucal e da região Sul. Este estudo apresentou, de forma geral, uma avaliação positiva da relação usuário- profissional dos CEO.