Avaliação do potencial biológico e citotóxico de extratos aquosos de folhas de Bauhinia cheilantha (Bongard) Steude (Leguminosae)

Abstract

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. (Leguminosae), conhecida como pata-de-vaca ou mororó, é uma planta típica da Caatinga utilizada na medicina popular por suas propriedades antidiabética, anti-inflamatória e sedativa. O presente estudo avaliou a composição fitoquímica, a atividade antioxidante e o potencial citotóxico de extratos aquosos foliares de B. cheilantha (não delipidado e delipidado), mediante cromatografia em camada delgada, testes bioquímicos de DPPH (1,56 a 200 µg/mL), ABTS (3,12 a 50,0 µg/mL) e fosfomolibdênio (12,5 a 100 μg/mL) e ensaio de MTT utilizando a linhagem celular de fibroblasto L929 (1,56 a 1.600 μg/mL), respectivamente. Ambos os extratos apresentaram os metabólitos secundários derivados antracênicos, saponinas e compostos fenólicos, incluindo antocianinas, ligninas e taninos hidrolisáveis. Adicionalmente, os extratos de B. cheilantha apresentaram efeitos antioxidantes dose-dependentes. No DPPH, o não delipidado e o delipidado mostraram EC50 de 25,84 e 26,19 μg/mL, respectivamente; no ensaio do ABTS, o EC50 foi de 13,60 (não delipidado) e 16,34 μg/mL (delipidado), enquanto no teste de fosfomolibdênio, observou-se EC50 de 66,09 (não delipidado) e 52,78 μg/mL (delipidado). No que tange à citotoxicidade, o extrato não delipidado apresentou ausência de citotoxicidade para todas as concentrações testadas, exceto para a mais alta de 1.600 μg/mL, enquanto o extrato delipidado mostrou efeito citotóxico apenas para as duas maiores concentrações 800 e 1.600 μg/mL. Os dados obtidos demonstraram que os extratos foliares de B. cheilantha possuem potencial antioxidante promissor para tratamentos de doenças causadas por radicais livres, com ausência de citotoxicidade para a concentrações antioxidantes sugeridas, confirmando o seu potencial como fonte natural de recursos terapêuticos.