Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40800

Compartilhe esta página

Título: Um novo exemplo de amor dos pátrios feitos valerosos, em versos devulgado numerosos : a dimensão exemplar do canto III de Os Lusíadas e a formação de D. Sebastião
Título(s) alternativo(s): Um novo exemplo de amor dos pátrios feitos valerosos em versos devulgados numerosos : a dimensão exemplar do canto III de Os Lusíadas e a formação de D. Sebastião
Autor(es): BURLAMAQUI NETO, Lourival da Silva
Palavras-chave: Os Lusíadas; D. Sebastião; Imaginário; Exemplo; Mito
Data do documento: 5-Mar-2021
Editor: Universidade Federal de Pernambuco
Citação: BURLAMAQUI NETO, Lourival da Silva. Um novo exemplo de amor dos pátrios feitos valerosos, em versos devulgado numerosos: a dimensão exemplar do canto III de Os Lusíadas e a formação de D. Sebastião. 2021. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021.
Abstract: Esta tese articula o canto III do poema épico Os Lusíadas (2003) a um impasse da corte portuguesa no século XVI: a formação do imaginário de D. Sebastião. Esse Rei, alçado ao cargo régio quando possuía apenas 14 anos, foi educado por jesuítas e cultuado como o líder português que passaria à África, conquistando-a e expandindo os limites do império lusitano. Nessa ambiência, o épico de Camões reforçava a imagem messiânica de D. Sebastião, pois, além de lhe ser dedicado, apresentava as façanhas militares e os feitos náuticos do passado português, incitando seu destinatário a renová-los. O canto III de Os Lusíadas (2003), especificamente, retratava os reis da primeira dinastia de Portugal, a casa de Borgonha. Ao retratá-los, apontava as virtudes e os vícios de cada um dos nove dirigentes dessa linhagem. Parte-se, então, da seguinte hipótese: os exemplos desses antigos regentes tinham como meta delinear, no imaginário de D. Sebastião, a função e as obrigações de um rei, assim como as precauções que um regente devia tomar para conservar a monarquia. Em suma, tais exemplos buscavam familiarizá-lo com traços que o tornariam um monarca notável. Inicialmente, a partir de uma pesquisa na produção letrada e em documentos da segunda metade do século XVI, expõem-se as peculiaridades do processo formativo de D. Sebastião, a saber, a ostensiva influência jesuítica e o culto à sua personalidade. Ainda nesta primeira seção, faz-se uma reflexão sobre o papel fundamental do exemplo na formação desse Rei, estabelecendo-se um vínculo com a importância dos exempla para a retórica deliberativa. Fecha-se esta primeira parte da tese com a apresentação da projeção ficcional de D. Sebastião n’Os Lusíadas (2003): o Rei de Melinde. Propõe-se que essa personagem, à proporção que escutava a narração de Vasco da Gama, cumpria, no universo fictício, um papel de ouvinte, correspondente àquele exercido por D. Sebastião no mundo empírico. Nesta seção, a biografia D. Sebastião (2009) de Maria Augusta Lima Cruz, as crônicas de Frei Bernardo da Cruz (1903) e Frei Amador Rebello (1616?), e o tratado Da Ensinança e Educação do Rei de D. Jerônimo Osório (2005) são essenciais para a compreensão das especificidades da formação sebástica. O segundo capítulo aborda os poemas épicos, mais especificamente Os Lusíadas (2003), como um catálogo de exemplos históricos e de mitos, os quais reforçavam os vínculos entre os leitores coevos e as culturas em que esses estavam inseridos. Aqui, recorre-se aos estudos de Clifford Geertz (2017) e de Mircea Eliade (2017) no plano antropológico, e à crítica literária de Hélio Alves (1999), André Jolles (1976) e João Adolfo Hansen (2008), para que a função integradora dos épicos fique compreensível. Na terceira seção desta tese, expõe-se a imagem que o Portugal do século XVI possuía dos nove reis da dinastia de Borgonha, a partir da leitura das crônicas de Duarte Galvão (1906), Fernão Lopes (1895-1896; 1932) e Rui de Pina (1906a; 1906b; 1906c; 1907a; 1907b). Neste processo, faz-se uma reflexão sobre a crônica histórica – gênero em que os retratos dos dirigentes de Borgonha foram fixados – e sobre suas peculiaridades estilísticas. No quarto capítulo, investiga-se como Camões retratou tais reis no canto III de Os Lusíadas (2003), buscando-se compreender de que maneira a imagem proposta pelo poeta para cada um desses dirigentes ligava-se ao processo formativo de D. Sebastião. Conclui-se, então, que as preocupações com a formação de D. Sebastião repercutiram na composição do canto III de Os Lusíadas, uma vez que Camões fez uma escolha de quais características dos dirigentes da dinastia de Borgonha ele iria veicular ao jovem Rei, endossando alguns traços já presentes nas crônicas históricas e refutando outros. O poeta, assim, delineava, a partir dos exemplos do passado, o regente que o jovem Rei deveria ser no futuro.
Descrição: MIRANDA POZA, José Alberto também é conhecido em citações bibliográficas por: POZA, José Alberto Miranda
URI: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40800
Aparece nas coleções:Teses de Doutorado - Teoria da Literatura

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
TESE Lourival da Silva Burlamaqui Neto.pdf1,27 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Este arquivo é protegido por direitos autorais



Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons