Modulação do AMPK e neuropeptídeos hipotalâmicos no controle do comportamento alimentar: uma revisão sistemática

Abstract

O comportamento alimentar é regulado por sinais centrais e periféricos, que interagem para modular a resposta à ingestão de nutrientes. O controle central é realizado pelo hipotálamo por meio de seus neuropeptídeos que ativam as vias orexígenas e anorexigênicas. A manutenção da homeostase energética depende da eficiência desses mecanismos reguladores. Essa regulação neuroendócrina da fome e do apetite pode ser modulada por sensores nutricionais, como a proteína quinase 3 ', 5'-monofosfato ativada por adenosina (AMPK). Assim, o objetivo é analisar a modulação descrita na literatura científica entre AMPK e neuropeptídeos hipotalâmicos, enfatizando sua importância no controle do comportamento alimentar. Para a realização desta revisão sistemática, foram utilizados artigos publicados nas bases de dados Lilacs, MedLine / PubMed, ScienceDirect e Web of Science de 2009 a 2021, que continham combinações dos seguintes descritores: “eating behavior”, “hypothalamus”, “neuropeptide” versus “AMPK”. Dos 1330 artigos encontrados inicialmente, 27 foram selecionados após análise e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Dos artigos selecionados, 15 dos estudos apresentam diminuição da atividade da AMPK, devido intervenções utilizando infusão de angiotensina II, injeção de frutose, glicose, colecistocinina, leptina ou de lipopolissacarídeo, também sendo utilizado o controle dietético através de dieta lowprotein ou dieta HFD (60% gordura), indução de hipertireoidismo e injeção de inibidores de AMPK. 7 estudos apresentaram diminuição de NPY por meio da administração do CV4 AICAR, injeções de frutose, glicose, leptina ou angiotensina II, infusão LPS de E. Coli e superexpressão de LKB1. Decorrente da diminuição de AMPK e de neuropeptídeos hipotalâmicos como o NPY, 11 estudos apresentaram diminuição do consumo alimentar. Desta forma, os resultados evidenciam que existe relação entre AMPK e o controle do comportamento alimentar, em vista que a diminuição da AMPK, com diferentes estímulos seja dietético ou não dietético, associa-se com a consequente diminuição da ingestão de alimentos. Além disso, a atividade AMPK pode ser modulada pela glicose e hormônios como os tireoidianos, estradiol, leptina e grelina.