Caracterização reológica e avaliação de propriedades funcionais de diferentes polissacarídeos de plantas do Nordeste

Abstract

Polissacarídeos são macromoléculas naturais com potencial atividade emulsificante devido sua habilidade espessante. Nesse trabalho, a galactomanana (G) e a xiloglucana (X) extraídas das sementes de Cassia grandis e Hymenaea coubaril respectivamente, e o arabinogalactano extraído do exsudato de Anacardium occidentale (cajueiro) denominado Policaju (P) e a goma bruta de Schinopsis brasiliensis, popularmente conhecida como Baraúna, (GB), foram testados em diferentes formulações óleo/água a fim de avaliar suas atividades emulsificantes, utilizando a goma arábica (GA) como controle positivo para comparação. As propriedades reológicas da GB e GA também foram avaliadas e os resultados sugerem que a GB pode ser um excelente candidato a substituir outras gomas comerciais já utilizadas industrialmente. Para estudar a atividade emulsificante de cada amostra, um planejamento experimental em três etapas foi desenvolvido. Em cada etapa, parâmetros como a concentração da amostra, a concentração de óleo, a velocidade de agitação e o tempo de agitação, foram estudados. A avaliação das propriedades físico-químicas das emulsões indicou que a velocidade de agitação e a concentração de óleo foram as variáveis que mais influenciaram na estabilidade das emulsões. Independente do tipo de goma ou polissacarídeo, as emulsões que foram preparadas com a maior velocidade de agitação (25000 rpm) e menor concentração de óleo (1,0 % v/v), em geral, apresentaram menor tamanho de gotícula e índice de polidispersividade (PDI), e portanto, maior estabilidade. Contudo, as emulsões preparadas com a goma baraúna, galactomanana e xiloglucana na concentração de 0,4 % (p/v) foram estáveis por um período maior de tempo (28 dias) que as obtidas com a goma arábica ou policaju, com destaque para a xiloglucana sugerindo seu uso como emulsificante para produção de alimentos por requerer uma maior estabilidade em prateleira. Embora o policaju não tenha sido um agente emulsificante com boa estabilidade, novos estudos variando as condições de preparo podem melhorar os seus parâmetros de estabilidade. Em relação às emulsões obtidas com a goma da baraúna e com a galactomanana, com a otimização de parâmetros como velocidade e tempo de agitação, essas emulsões podem vir a apresentar potencial para serem utilizadas na produção de nanoemulsões para o desenvolvimento de fármacos para o tratamento de câncer que demandam emulsões ultrafinas.