Percepção da autoimagem corporal e comportamentos de riscos para transtornos alimentares em praticantes de exercício físico

Abstract

Comportamento alimentar é toda forma de convívio com o alimento e em algumas situações pode se apresentar disfuncional e de risco para o desenvolvimento de Transtornos Alimentares (TA). Estes são doenças psiquiátricas caracterizadas por modificações graves do comportamento alimentar resultando em padrões e atitudes distorcidos e de preocupação exagerada com o peso e a forma corporal (autoimagem), podendo gerar prejuízos biológicos, psicológicos e aumento da morbimortalidade. Assim, o presente estudo teve como objetivo investigar a percepção da autoimagem corporal e comportamentos de riscos para TA, em praticantes de exercício físico. Foram coletadas variáveis demográficas e socioeconômicas, através de questionário próprio estruturado, como também investigado a percepção da autoimagem corporal, através do questionário de Stunkard (1983) e a presença de comportamentos de risco para TA, através do questionário de Hay (1998). Participaram da pesquisa 45 indivíduos, com idade média de 29±11,72 anos, sendo registrada uma maior frequência de indivíduos do sexo feminino 71% (n=32), solteiros 73% (n=33) que possuíam segundo grau completo 49% (n=22), trabalhavam 33% (n=15) e que recebiam de 1 a 2 salários mínimos 42% (n=19). Foi possível observar que 71% (n=32) dos praticantes de exercício físico apresentaram comportamentos de riscos para TA sendo identificado um risco maior para o desenvolvimento de Transtorno da Compulsão Alimentar (TCA) 66% (n=21), bem como, uma frequência de 58% (n=26) de indivíduos com distorção da autoimagem corporal, sendo está distorção em maior percentual para o excesso 54% (n= 14). O estudo aponta resultados importantes, sendo identificado uma elevada frequência comportamentos de risco para TA e distorção da autoimagem corporal nos indivíduos praticantes de exercício físico. Sendo assim, é necessário a realização de mais estudos sobre rastreamento de comportamento de risco para TA e percepção da autoimagem corporal neste segmento importante e crescente da sociedade, praticantes de exercícios físicos em academias de ginástica, com a perspectiva de direcionar medidas de intervenção para uma melhora na relação com a comida e com o corpo destes indivíduos.