Meu carrinho rosa e minha boneca azul : desconstrução da concepção binária de gênero na educação infantil

Abstract

O presente artigo tem como objetivo analisar a ocorrência de possíveis binarismos de gênero quando educadores de uma creche pública do Recife articulam as cores, brinquedos e brincadeiras em seu fazer pedagógico. Através de uma pesquisa qualitativa utilizamos a entrevista semiestruturada e o questionário aberto para colher os dados, com auxiliares de desenvolvimento infantil, professores (as) e equipe gestora, relacionando gênero e Educação Infantil ao articular as teorias de Louro (1997), Butler (2003), Freire (1996), Baliscei (2020) e Jordão et al. (2022), entre outros. Os resultados mostram que as crianças poucas vezes são consultadas nas tomadas de decisões que envolvem o brincar. Quanto ao gênero, no geral, os (as) educadores (as) tendem a cair na concepção binária de gênero quando os direcionamentos e escolhas partem deles (as). A transgressão de gênero é mais aceita pelos (as) educadores (as) quando acontece por parte das meninas.