Reviro de chão na escuta afluente: arte/educação pelo invisível e seus processos de cura

Abstract

Durante sete anos estive dedicada a (des)(re)encontrar pontos de vista sobre Educação e Arte no curso de Licenciatura em Artes Visuais da UFPE. Reúno aqui fagulhas que acenderam meu trajeto entre uma crise sanitária mundial, um governo genocida e meu constante objetivo de pesquisa: os grupos sociais historicamente invisibilizados. Que dor caber numa arte/educação sensível? Fazendo emergir contextos em que estou inclusa, por questões étnico/raciais e econômicas, quero discutir a importância dos processos subjetivos acompanhados da objetividade de seu automapeamento, registro e ampliação autônoma de referências. A divisão das sessões de escrita contempla uma espiral nos processos de investigação; partindo dos meus próprios relatos, deságuo em referências orais e escritas, para então assentar propostas de oficinas arte/educativas para grupos, o que condensa mais reviros no trajeto afluente ao meu processo artístico e criativo, bem como aos demais envolvidos nas oficinas. A pesquisa sugere as seguintes poéticas como terrenos férteis para elaboração do planejamento arte/educativo: sintoma, fogo e tempo. Nomeei de Reviro de Chão, portanto, o processo de cura pela Educação em Arte no encontro com (in)fertilidades do terreno. Para tanto, a escuta afluente é a abertura de caminhos e ocorre sobre o dito e não-dito, sobre a imagem e a ficção.