Um legado quilombola em Olinda: Anteprojeto de requalificação do Terreiro Ilé Axé Oyá Megué, da Nação Xambá

Abstract

O patrimônio afro quilombola do Portão do Gelo Nação Xambá, resiste em Olinda há muitos anos e carrega uma trajetória de muita luta e dedicação. A religião Xambá foi difundida em Pernambuco por Artur Rosendo, babalorixá vindo de Alagoas, vítima da política de repressão aos terreiros que visava eliminar as casas de santo no Estado. Com o passar dos anos, as tradições foram sobrevivendo de geração em geração, com o vigor de muitas mulheres, que persistiram em um trabalho físico-espiritual de dar continuidade às práticas religiosas. Apesar de todo o caminho construído pelas mãos do quilombo, existe, ainda assim, uma falta de reconhecimento pelos órgãos públicos no que diz respeito a manutenção do Terreiro Ilé Axé Oyá Meguê, onde funcionam os ritos principais da nação. Nesse ínterim, o anteprojeto em questão, visa elaborar uma requalificação na Casa de Axé, adaptando melhor o uso dos espaços, para que os fiéis tenham mais bem-estar físico e espiritual, e consigam elaborar com mais entrega os rituais específicos do terreiro. A partir da pesquisa sobre a Nação Xambá, cabe estimular também a reflexão acerca da falta de visibilidade dada ao patrimônio afro na cidade de Olinda, e a todo o legado quilombola que resta sob a cidade; a fim de incentivar a trajetória de afrodescendência que construiu, a duras penas, sua marca no território pernambucano.