As capacidades dinâmicas de micro e pequenas empresas de hospedagem de Fernando de Noronha-PE no enfrentamento da pandemia da COVID-19

Abstract

A pandemia do coronavírus Covid-19 teve sua origem na China e se espalhou pelo mundo com cenários de mortes e caos, sendo o distanciamento social uma das principais recomendações. O turismo e consequentemente a hotelaria sofreram diretamente esse impacto quando não era possível se deslocar e vários destinos turísticos foram afetados durante esse período. Diante desse contexto, a presente pesquisa tem como objetivo analisar como as capacidades dinâmicas contribuíram no enfrentamento dos impactos do novo coronavírus (COVID-19) nas micro e pequenas empresas de hospedagem de Fernando de Noronha-PE. Para viabilizá-lo foram definidos os seguintes objetivos específicos: Identificar os impactos decorrentes da pandemia nas micro e pequenas empresas de hospedagem; e investigar as capacidades dinâmicas adotadas na pandemia. Para entender como as micro e pequenas empresas de hospedagem continuaram suas operações mesmo enfrentando uma crise. Para o presente estudo, foi utilizada uma abordagem qualitativa na pesquisa. Foram coletados e analisados documentos públicos, reportagens e entrevistas semiestruturadas com 15 gestores de pousadas do destino, 2 representantes do governo e 1 interlocutor da associação de pousadas de Fernando de Noronha. A análise de conteúdo foi apoiada pelo software ATLAS.ti. Os resultados demonstram os impactos que as empresas de hospedagem de Fernando de Noronha sofreram. Foi identificado que as empresas sofreram impactos positivos e negativos durante a pandemia. Os impactos positivos foram: intensificação das ações governamentais; capacitação da equipe e oferta de linhas de crédito. Os negativos foram: comprometimento da saúde mental; fechamento do destino; rigor no protocolo de abertura, uso das reservas financeiras para sobreviver; impossibilidade de gerar receita; diminuição do fluxo turístico e endividamento. Para identificar como tais empresas conseguiram se manter, a análise da criação de capacidades dinâmicas foi realizada a partir dos microfundamentos (detecção, apreensão e reconfiguração) durante a crise. As empresas criaram capacidades em cada uma de suas etapas, que ao final culminou na criação das CDs, a saber: detecção - capacidade de adquirir conhecimento; capacidade de estabelecer redes de relacionamentos e capacidade de criar parcerias para explorar o ambiente; apreensão - capacidade de implementar novos processo e rotinas, capacidade de aproveitar os benefícios governamentais, capacidade de flexibilização nas negociações, capacidade de criar alternativas para gerar receitas; e, reconfiguração – capacidade de adaptação. A descoberta consiste na capacidade dinâmica de adaptação como sendo a principal capacidade que pode ser apontada ou justificada como a base de sustentação dessas empresas.