Consumo de alimentos processados e ultraprocessados: Avaliação em grupos do Hiperdia na Estratégia de Saúde da Família de Vitória de Santo Antão/PE

Abstract

A insegurança alimentar e o consumo de alimentos processados e ultraprocessados são realidades vivenciadas nos últimos anos por pessoas em situação de vulnerabilidade social. Existem vários fatores, como a extinção do CONSEA, o aumento do desemprego, a pandemia da Covid-19 e o aumento da acessibilidade aos alimentos processados e ultraprocessados em detrimento dos in natura e minimamente processados, que contribuíram para o aumento da prevalência de DCNTs nessa população. O Hiperdia, programa destinado ao controle de hipertensão arterial e diabetes mellitus aos usuários cadastrados na Estratégia Saúde da Família, oferece tratamento não só medicamentoso, como também atuando na promoção de saúde, prevenção de agravos, diagnóstico especializado e controle. Avaliar o consumo de alimentos processados e ultraprocessados em grupos do Hiperdia da Estratégias de Saúde da Família do município de Vitória de Santo Antão/PE. A presente pesquisa caracteriza-se por um estudo transversal, de natureza descritiva e com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em junho e julho de 2023, por meio da aplicação de questionários acerca das condições e hábitos de vida, moradia e consumo de alimentos processados e ultraprocessados, além da utilização de um questionário adaptado sobre a frequência alimentar contendo os alimentos processados e ultraprocessados mais consumidos no cotidiano. Também foi realizada a avaliação do estado nutricional, por meio da tomada de medidas antropométricas, como peso, altura, circunferência do quadril e abdome. A pesquisa contou com 12 participantes de 2 grupos do Hiperdia, com adultos e idosos maiores de 18 anos e menores de 75. Foram apresentadas condições financeiras relativamente boas, com 83,3% recebendo mais que 1 salário mínimo. Revelou ainda que 58,3% das pessoas com hipertensão arterial sistêmica exclusivamente ou hipertensão e diabetes mellitus, estão com o índice de massa corporal classificado com obesidade. O sedentarismo se mostrou forte na pesquisa (66,7%). O consumo de processados e ultraprocessado se mostrou controlado, onde 33,3% revelaram que se dava por questões de acessibilidade, porém a opinião de 75,0% dos entrevistados confirmou a disparidade no aumento no preço de alimentos in natura ou minimamente processados em relação aos com alto grau de processamento. Destaca-se a importância que o Hiperdia possui dentro da Estratégia de Saúde da Família e que seu impacto positivo reflete nas suas escolhas alimentares a partir dos conhecimentos e orientações adquiridas durante os encontros, porém observa-se ainda uma baixa adesão ao programa e uma melhor articulação entre os profissionais para implementar o programa dentro da Atenção Básica.