Saúde mental e hábitos alimentares de universitários durante a pandemia de COVID-19

Abstract

A pandemia da doença do Covid-19 apresentou alto potencial de contágio. Diante disso, vários países adotaram o isolamento social como medida de contenção do vírus. Estudos indicaram que pessoas que são submetidas ao isolamento social podem desenvolver sintomas de ansiedade e depressão, além disso, também podem apresentar mudanças nos hábitos alimentares, sendo bastante evidenciados em universitários. O objetivo do trabalho foi avaliar as associações entre a sintomatologia de ansiedade e depressão e os hábitos alimentares em universitários durante a pandemia de Covid-19. Trata - se de um estudo epidemiológico observacional analítico transversal realizado com universitários. Para o recrutamento dos participantes foi necessário o uso das redes sociais, compartilhando um formulário de pesquisa online na plataforma virtual do Google Forms. Foram utilizados os questionários: Avaliação sociodemográfica, o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE), o Questionário de Autoavaliação da Escala de Hamilton para Depressão (QAEH-D), e o questionário de hábitos alimentares. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética. A análise estatística foi realizada pelo programa estatístico SPSS, versão 21, por análises descritivas- percentuais, medidas médias e associação entre variáveis através do teste Qui-quadrado de Pearson. Participaram da pesquisa 336 universitários, com idade entre 18 e 50 anos. Sendo a maioria a maioria do sexo feminino (71, 7%), dos cursos de enfermagem (22,6%) e nutrição (20,2%), pertencentes às classes sociais B2 e C2 (24,7% e 23,8%, respectivamente). De acordo com as prevalências, foi analisado que a maioria dos participantes possuíam sintomas depressivos (56,6%), e também tinham sintomas médios de ansiedade Traço e Estado (66,1% e 52,4%, respectivamente). Também, foi verificado um aumento no consumo de alimentos e do peso corporal durante o período de isolamento social (61,3% e 58,3%, respectivamente). A compensação de sentimentos na alimentação também foi prevalente nesse período (42,3%). Foi identificado no estudo algumas associações significativas, em relação aos níveis de ansiedade traço e estado com sexo, sintomas depressivos e a compensação de sentimentos nos alimentos durante o período de isolamento social (p1<0,001). Em relação aos sintomas depressivos também foram analisadas algumas associações significativas com sexo, cursos de graduação, consumo de alimentos na pandemia e compensação de sentimentos na alimentação durante o período de isolamento social (p1<0,001). Conclui-se que os resultados deste estudo demostraram associações dos sintomas de ansiedade traço e estado com o sexo, sintomas depressivos e compensação de sentimentos nos alimentos durante o período de isolamento social. Também foi verificada associação entre ansiedade estado e o aumento do consumo de alimentos durante o período de isolamento social. Em relação aos sintomas depressivos foram verificados associações significativas com sexo, cursos de graduação, consumo de alimentos na pandemia e compensação de sentimentos na alimentação durante o período de isolamento social.