A relação entre a ingestão alimentar e o estado nutricional de jovens no estado de Pernambuco

Abstract

A ingestão emocional envolve muito mais do que o comportamento alimentar ou o comer demasiado, inclui determinados sentimentos e emoções que levam o indivíduo a sentir uma urgência em se alimentar, como forma de lidar com as emoções. Ademais, há uma associação da ingestão emocional à ingestão elevada de alimentos de alto teor calórico e lipídico, ocasionando resultados insatisfatórios no controle do peso. O presente estudo objetivou analisar a relação entre a ingestão emocional e o estado nutricional de adultos jovens no estado de Pernambuco. Tratou-se de uma pesquisa de caráter transversal e abordagem quantitativa, aplicada em jovens de 20 a 24 anos, de ambos os sexos, residentes do estado de Pernambuco, no período de maio a julho de 2023. Os questionários foram aplicados de maneira on-line, através do Google Forms e divulgados aos voluntários por meio das mídias sociais. Foram coletados dados sociodemográficos e de estilo de vida, e avaliados o estado nutricional, a ingestão emocional e a qualidade alimentar da população estudada. Os dados foram examinados no software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 13.0, a comparação entre as médias foi realizado o teste “T” de Student, e nas associações, foi aplicado o Teste Qui-quadrado ou Teste de Exato de Fisher. Este estudo analisou 170 indivíduos, sendo 74,7% (n = 127) do sexo feminino, e 63,5% destes (n = 108), relataram ser estudantes, e da grande maioria, são estudantes universitários. Quanto ao estado nutricional entre os sexos, revelou que 41,9% (n = 18) do sexo masculino apresenta excesso de peso. O Questionário de Apetite Emocional (QUEAPEM) demonstrou variação significativa nas emoções (4,5 ± 1,5) e situações negativas (3,5 ± 1,5) no grupo com excesso de peso. Acerca da qualidade alimentar, foi constatada diferença significativa entre os sexos, no qual as mulheres apresentaram maior pontuação que os homens (34,9 ± 5,4 vs 32,5 ± 5,0; p = 0,011, respectivamente). Estes resultados demonstraram que os jovens não apresentaram uma ingestão alimentar emocional, contudo, pela significância estatística, existe uma relação entre o comer emocional e o excesso de peso, principalmente quando se analisa as emoções e as situações negativas. O presente estudo verificou que o grupo com maior percentual de excesso de peso foram os homens, somado a isso, foi o grupo que apresentou baixa qualidade alimentar. Salienta-se a necessidade de abordagens comportamentais e áreas afins, além de ações de Educação Alimentar e Nutricional, para auxiliar no controle das emoções e conscientizar sobre uma alimentação saudável voltada à relação com o comer e a comida, a fim de prevenir ou combater possíveis consequências acerca da maneira de lidar com a alimentação e o corpo da população afetada.