Revisão sobre estudos focados na contaminação química e efeitos ecotoxicológicos no Rio Capibaribe

Abstract

A bacia do rio Capibaribe é crucial e serve como fonte de recursos para as populações humanas e para a biodiversidade local, contribuindo para o desenvolvimento de 42 cidades ao longo do seu trajeto até sua foz. Neste trabalho o rio Capibaribe foi dividido em 3 macrozonas, a macrozona 1 é o Alto Capibaribe (situada desde Jataúba e Poção até Toritama), a macrozona 2 é o Médio Capibaribe (entre as cidades de Toritama e Limoeiro) e a macrozona 3 é o Baixo Capibaribe (entre Limoeiro e a cidade de Recife), sendo esta última a macrozona de grande importância pois abrange o trajeto onde o rio é considerado perene, influenciando nos aspectos ambientais e socioeconômicos da região. Esta é uma revisão bibliográfica sistemática descritiva, com coleta de dados secundários, focado em trabalhos publicados entre o período de 2015 a 2024. Nesta revisão foi possível observar que a bacia do rio Capibaribe apresentou níveis acima do permissível de: Coliformes Termotolerantes, Fósforo Total e DBO nos relatórios emitidos pela CPRH nos anos de 2017 a 2019, além da presença de contaminação por metais pesados (ferro, chumbo, zinco, manganês e cádmio, cromo e cobre) na região estuarina do rio Capibaribe (macrozona 3), hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) fenantreno, naftaleno e pireno em todos os pontos de coleta da agência estadual de meio ambiente CPRH na macrozona 3, com destaque para o município de Limoeiro. Na porção estuarina do rio foram quantificados hidrocarbonetos alifáticos (HAs), estrógenos, bisfenol-A, tributilestanho (TBT) e dicloro-difenil-tricloroetano (DDT) (encontrado também na zona rural associado a pesticidas agrícolas), sendo a quantificação desses contaminantes associada ao esgotamento doméstico/industrial no rio Capibaribe e plantações em região rural. Alguns estudos além da quantificação química realizaram testes ecotoxicológicos, com destaque para O. niloticus apresentando maiores frequências de micronúcleos e danos genéticos, estágios iniciais de zebrafish Danio rerio apresentando atraso do desenvolvimento embriolarval (principalmente nos trechos analisados em Limoeiro, Vitória de Santo Antão, São Lourenço da Mata e Recife) e diminuição da fecundidade do copépode Tisbe biminiensis (porção estuarina) associada a presença de contaminantes como HPAs, HAs, estrógenos, Bisfenol-A, TBT e DDT.