Avaliação do conhecimento sobre o câncer de boca entre cirurgiões-dentistas da atenção primária à saúde no Recife-PE

Abstract

O câncer de boca é considerado um problema de saúde pública mundial, devido às suas altas taxas de morbidade e mortalidade. O presente estudo teve o objetivo de avaliar o conhecimento do cirurgião-dentista que atua na Atenção Primária à Saúde no município do Recife a respeito do câncer de boca. Tratou-se de um estudo transversal onde foi construído e aplicado um questionário virtual com base em um instrumento criado e previamente validado por Dib (2004), contendo 38 questões. O total da amostra foi de 141 cirurgiões-dentistas com pelo menos um curso de pós- graduação, dos quais 85,8% eram mulheres, 48,9% da amostra se autoavaliou com um nível bom de conhecimento sobre câncer de boca em um primeiro momento e 74,5% sentem-se aptos para avaliar lesões com suspeita de malignidade. Houve bons índices de acertos nas perguntas sobre a região anatômica, sintomatologia e faixa etária mais acometida, com escores de 72,3%, 80,1% e 94,3%, respectivamente. As questões com maior índice de erros foram as que atribuíam como fator de risco para o câncer de boca o fato do paciente ter apresentado câncer previamente em outra região e o uso de próteses mal adaptadas, com 67,4% e 78,0% de erros, respectivamente. Quanto menor o tempo de formado, melhor foi a autoavaliação dos conhecimentos adquiridos na graduação (p=0,003); haver participado de atividades relacionadas ao diagnóstico de lesões na graduação favoreceu a mais acertos quanto a sintomatologia mais comum em pacientes com câncer de boca (p=0,048) e estimulou a que o profissional houvesse investigado um caso de carcinoma epidermóide (p=0,002). A presente amostra possui um bom conhecimento geral sobre a epidemiologia e características do câncer de boca, porém existem lacunas na identificação correta dos seus fatores de risco bem como inseguranças de como proceder com a paciente frente a uma suspeita clínica de câncer de boca havendo assim, a necessidade de investimento em ações de educação permanente, potencializando o diagnóstico precoce da doença.