Análise de traços morfológicos e prevalência entre os sexos em crânios de uma coleção osteológica contemporânea

Abstract

Os chamados caracteres cranianos discretos são um grupo de traços morfológicos, não métricos, que consistem em acidentes ósseos individuais, com um componente genético e que podem ser influenciadas ou modificadas por variáveis ambientais, podendo revelar dados sobre afinidade populacional e sexo de ossadas. Esses traços, geralmente assintomáticos, variam em frequência e consistem em uma série de pequenas diferenças morfológicas, sendo classificados como presentes ou ausentes na população em geral. O presente estudo objetiva relatar a prevalência dos caracteres cranianos discretos entre os sexos de crânios em uma coleção osteológica contemporânea. Trata-se de um estudo descritivo, semi-quantitativo e transversal com amostragem por conveniência. Foram analisados 95 crânios, sendo 44 femininos e 51 masculinos, com idades entre 17 e 101 anos, pertencentes ao Laboratório de Identificação Humana e Osteologia Forense da Universidade Federal de Pernambuco, com o intuito de avaliar 10 caracteres cranianos discretos: Sutura metópica persistente, Craniosinostose, porose ectocraniana, forames infraorbitários acessórios, sulcos vasculares ectocranianos, tórus palatino, hipoplasia do osso nasal, aparato troclear, defeito pré-condilar e ossos suturais. A partir da análise de dados, não houve diferença significativa em 90% dos caracteres cranianos discretos entre os sexos. Apenas os ossos suturais foram observados com maior frequência no sexo masculino, os demais caracteres se mostraram indiferentes quanto ao sexo. Outrossim, utilizamos o Teste Qui-quadrado ou Teste Exato de Fisher para verificar a significância entre os caracteres avaliados. Com isso, é perceptível a ausência de informações sobre o tema proposto no estudo devido à falta de amostras de populações brasileiras em bancos de dados nacionais. Com isso, apesar de todo empecilho em relação as amostras, principalmente em populações miscigenadas como é o caso da brasileira, faz-se necessário outros estudos que investiguem essas diversidades, favorecendo a adição de novos dados as ciências forenses no Brasil.