Consumo alimentar e estado nutricional de adolescentes de uma Escola Técnica Estadual no município de Carpina, PE-Brasil

Abstract

A alimentação inadequada e a falta de atividade física têm se tornado preocupações crescentes no contexto da saúde pública, visto que, o número de adolescentes com excesso de peso aumentou significativamente nos últimos anos no Brasil. A fase da adolescência é crucial para o desenvolvimento físico e mental, tornando essencial a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de exercícios físicos. Este estudo tem como objetivo avaliar o consumo alimentar e o estado nutricional de adolescentes de uma Escola Técnica Estadual no município de Carpina, PE- Brasil. A pesquisa foi realizada nos meses de maio e junho de 2024 com uma amostra de 67 adolescentes, nos quais foram selecionados de acordo com critérios específicos de inclusão e exclusão. A construção do banco de dados foi realizada no programa Microsoft Excel 2016 e foram analisados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0. O estudo utilizou o Recordatório Alimentar 24h e um questionário de atividade física (QGAT) para avaliar o consumo alimentar e o nível de exercício físico dos alunos. Os resultados comprovaram constatado um consumo elevado de alimentos processados, ultraprocessados e minimamente processados entre os alunos. Ademais, verificou-se que 34,3% dos alunos apresentavam excesso de peso, onde 17,9% apresentaram sobrepeso (IMC/idade: 24,52c ± 1,06) e 16,4% obesidade (IMC/idade: 30,87 ª,b ± 3,31). A prática de exercícios foi avaliada através de um questionário de atividade física, e constatou-se que 58% dos participantes relataram praticar exercícios de intensidade leve a vigorosa ao menos 2 vezes por semana, enquanto 41,9% afirmaram não praticar nenhum tipo de exercício físico durante a semana. Os adolescentes que apresentavam excesso de peso ou obesidade possuíam maiores medidas antropométricas (p<0,001) quando comparados com os adolescentes eutróficos. Quando se avaliou o consumo de alimentos in natura (p=0,262), processados (p=0,862) e ultraprocessados (p=0,175) de acordo com o estado nutricional dos indivíduos verificou-se que não houve diferenças significativas entre os grupos. Já em relação aos parâmetros do estado nutricional e da prática de exercícios físicos, não se observou diferenças significativas, no entanto, constatou-se que a maioria dos alunos que estavam eutróficos praticavam exercício físico regularmente. Por outro lado, a maioria dos jovens que se encontravam com obesidade não praticavam nenhum tipo de exercício físico durante a semana. Os resultados deste estudo indicam que os estudantes apresentaram um padrão alimentar com um alto consumo de alimentos processados e ultraprocessados, o que pode impactar negativamente em seu estado nutricional e na sua saúde. A prevalência de sobrepeso e obesidade encontrada é preocupante, considerando os riscos associados a esses quadros.