Estudo sobre as articulações discursivas em produções científicas acerca das políticas curriculares.

Abstract

O presente artigo está inscrito nas discussões acerca das políticas curriculares e as práticas docentes, tendo como objetivo compreender as mobilizações sobre as articulações discursivas das políticas curriculares e de formação docente nas produções científicas atuais. Enquanto aporte teórico, dialogamos com Frangella (2020, 2021), Moreira, Pereira e Ferreira (2021) e Pimentel Júnior (2021), assumindo a lógica discursiva das políticas curriculares, entendidas enquanto campo de disputas de discursos em busca da hegemonização provisória dos sentidos de currículos. Ainda, a análise dos dados foi realizada a partir da perspectiva pós-estruturalista, tomando como lente teórico-metodológica a Teoria do Discurso de Laclau e Mouffe (2015). Assim, a partir das produções científicas analisadas, identificamos o currículo enquanto um campo de disputas políticas, atravessado por uma dimensão hegemônica que busca uma ordem social a partir da padronização. Nesse contexto, a partir do presente estudo, podemos perceber como a racionalidade neoliberal e os discursos empresariais têm investido na hegemonização dos sentidos das políticas curriculares e de formação docente, na tentativa de padronizar os conhecimentos escolares, práticas e identidades docentes enquanto implementadores das políticas no cotidiano da sala de aula. Ademais, percebemos a articulação de discursos não-hegemônicos na tentativa de desedimentar os sentidos que preenchem provisoriamente as políticas-práticas curriculares.