Melhoramento de solo: avaliação de dois casos práticos

Abstract

Este trabalho apresenta a análise de duas obras localizadas na zona norte do Recife, onde foram aplicadas diferentes técnicas de melhoramento de solo para viabilizar a construção de edifícios de múltiplos pavimentos. Devido à predominância de solos com baixa capacidade de suporte, a aplicação dessas técnicas foi crucial para tornar as construções viáveis, proporcionando fundações mais econômicas e reduzindo o impacto nas vizinhanças das obras. Nas duas obras, as soluções de melhoramento do solo foram definidas pelas condições geotécnicas de cada área. Na Obra 1, onde o solo apresentava possíveis camadas intermediárias de silte, que impediriam a compactação eficiente com areia e brita, optou-se pela utilização de estacas de argamassa, capazes de proporcionar a estabilidade necessária para o solo e consequentemente para a implantação da fundação superficial. Já na Obra 2, caracterizada por solo predominantemente arenoso, foram utilizadas estacas de melhoramento compostas por areia e brita, adequadas às condições do terreno. A escolha das técnicas levou em consideração as especificidades geotécnicas de cada local para garantir a eficiência do processo de melhoramento. Além disso, para verificar o ganho de resistência do solo, em cada obra foram realizados ensaios de SPT antes e após a execução das estacas de melhoramento. O monitoramento de recalque nas duas obras ainda está em andamento, mas os dados obtidos até o momento indicam que as técnicas aplicadas estão contribuindo para a estabilidade das fundações. Os resultados mostram que o objetivo de melhorar as condições do solo foi alcançado em ambas as obras. Na Obra 1, o uso de estacas de argamassa foi essencial devido à complexidade geotécnica do solo, enquanto na Obra 2, a compactação com areia e brita proporcionou melhorias significativas na compacidade. O comparativo dos ensaios SPT e o monitoramento de recalques reforçam a eficácia das técnicas de melhoramento, evidenciando a importância dos estudos geotécnicos na definição das soluções mais adequadas para cada tipo de solo. Em ambas as obras, o NSPT foi comparado até a profundidade de 8 metros, onde se observou, na Obra 1, um aumento de aproximadamente 8 para 12, com um recalque médio de 4,36 mm em 159 dias. Já na Obra 2, o NSPT médio subiu de 5 para 14, com um recalque médio de 2,52 mm em 132 dias, confirmando a eficiência das intervenções realizadas. O sucesso das intervenções permitiu a viabilização de fundações superficiais nas duas obras, demonstrando a relevância das técnicas para garantir a segurança e eficiência das construções em esses tipos de solos.