Variação espaço-temporal do mesozooplâncton ao longo de um gradiente costa oceano no Atlântico Tropical

Abstract

Este trabalho analisa a variação espaço-temporal do mesozooplâncton ao longo do gradiente costa-oceano no Nordeste do Brasil, incluindo as ilhas oceânicas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas. O estudo investiga como fatores ambientais, como temperatura, salinidade e nutrientes, influenciam a composição taxonômica, abundância relativa e biovolume desses organismos. As amostras de mesozooplâncton foram coletadas durante campanhas na estação seca e chuvosa de 2015 e 2017, utilizando redes bongo com diferentes malhas. Os resultados indicaram que os Copépodes foram os organismos mais frequentes e abundantes em todas as áreas e estações, com Náuplios de Copepoda e Appendiculárias sendo relevantes em alguns períodos. Em termos de biovolume, grupos menos abundantes, como cnidários e Chaetognatos, tiveram um papel ecológico significativo. A análise estatística revelou diferenças significativas na abundância e composição do mesozooplâncton entre ambientes costeiros e oceânicos, bem como entre as estações. As mudanças sazonais no zooplâncton foram associadas à disponibilidade de nutrientes, com maior diversidade nas ilhas oceânicas na estação seca e nas áreas costeiras na estação chuvosa. Esses resultados ressaltam o papel do mesozooplâncton na transferência de energia e como indicadores de mudanças ambientais nos ecossistemas marinhos.