Quando indicar o tratamento clínico do prognatismo?

Abstract

A maloclusão classe lll esquelética de Angle, muitas vezes reconhecida como prognatismo mandibular, é uma condição de origem genética e ambiental que afeta o desenvolvimento dos maxilares. As intervenções dependem da idade e individualidade de cada paciente, com uma ênfase crescente à abordagem ou intervenção precoces. O objetivo deste trabalho, portanto, foi realizar uma revisão de literatura para levantar se existem evidências científicas sobre a efetividade de intervenções exclusivamente não cirúrgicas, com recursos da Ortodontia/Ortopedia Funcional dos maxilares, no tratamento da má oclusão Classe III esquelética de Angle. Para responder ao objetivo proposto desenvolveu-se uma revisão integrativa, de acordo com a recomendação PRISMA ou Preferred Reporting Itens for Systematic Reviews and Meta-Analyses. A busca exploratória foi realizada em plataformas como BVS e PubMed, utilizando descritores de saúde; “prognatismo”, má oclusão Classe III de Angle”, “ortodontia” e “eficácia”. Esses nas versões em português, inglês ou espanhol e combinados pelos operadores booleanos “AND” e “OR”. Como pergunta norteadora ficou estabelecida: - Há evidências científicas sobre a eficácia do tratamento ortodôntico exclusivo (clínico) nos casos de prognatismo mandibular ou má oclusão do tipo Classe III de Angle?. Foram levantados registros, considerando-se critérios de inclusão e de exclusão pré-definidos. Houve a inclusão de artigos científicos com o tipo de estudo ensaio clínico, publicados entre os anos de 2018 a 2023, relacionados à pergunta-norteadora e com o resumo disponível, para as etapas iniciais de elegibilidade. Registros em duplicidade foram contabilizados apenas uma vez. Dois pesquisadores independentes atuaram nas etapas da revisão presente. No caso de dúvidas, o registro foi considerado para a leitura completa. A partir de 332 registros, cinco foram incluídos no quadro síntese. Pelos estudos incluídos, aparelhos ortodônticos ou ortopédicos são eficientes nos casos de prognatismo mandibular; devendo ser a escolha pautada nas possibilidades terapêuticas do recurso e na fase de desenvolvimento do ser humano. No entanto, não houve um consenso sobre o uso exclusivo desses, nessas, sem intervenção cirúrgica.