Imagem corporal e autoeficácia do exercício físico em participantes de um programa online para mudança do comportamento alimentar.

Abstract

Introdução: A imagem corporal (IC) refere-se a forma como o indivíduo percebe e sente seu próprio corpo, sendo influenciada por fatores internos e externos. A insatisfação com a IC é uma problemática comum atualmente e pode levar a comportamentos alimentares disfuncionais e à baixa adesão à prática de exercícios. Ainda, a autoeficácia do exercício físico (AEF) trata da confiança na própria capacidade de manter uma rotina de exercícios, mesmo diante das adversidades, e está ligada à motivação, persistência e regularidade na prática de exercícios. Objetivo: Avaliar a insatisfação e a percepção da imagem corporal e a autoeficácia do exercício físico em participantes de um programa online para mudança do comportamento alimentar. Material e Métodos: A pesquisa incluiu homens e mulheres entre 19 e 59 anos, recrutados por meio de redes sociais. Foram coletados dados sociodemográficos e de estilo de vida da população estudada, e avaliado o estado nutricional, mensurado através do Índice de Massa Corporal (IMC), a insatisfação e a distorção da imagem corporal e a autoeficácia do exercício físico, ou seja, a motivação de se exercitar em situações adversas. Os dados foram analisados utilizando os softwares Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 25, e R (R Foundation for Statistical Computing), versão 4.4.2. Para a análise estatística, aplicou-se o teste de Qui-quadrado (χ²) ou o teste Exato de Fisher, considerando um nível de significância de 5% (p < 0,05) para a associação entre as variáveis. Resultados: Participaram da pesquisa 25 indivíduos entre 19 e 59 anos, sendo 84% (n = 21) do sexo feminino, 68 % (n = 17) se autodeclararam brancos, seguidos de pardos e pretos representando 32 % (n = 8) da amostra. Além disso, 52 % (n =13) dos participantes apresentaram-se em sua maioria casados, e 56 % (n = 14) da amostra tiveram alto grau de escolaridade - pós-graduado; 88 % (n= 22) dos avaliados apresentaram insatisfação com a IC em algum grau (leve, moderada ou grave) e 92 % (n = 23) demostraram distorção da IC, tanto para o excesso como para a redução; 56 % (n = 14) dos avaliados foram classificados com uma baixa AEF. A insatisfação corporal mostrou associações significativas com a variável estado civil, a AEF está relacionada significativamente com o estado civil e o nível de escolaridade, já a distorção corporal apresenta apenas uma tendência a associação significativa com as variáveis gênero e escolaridade. Conclusão: Esses achados indicam uma elevada insatisfação e distorção da IC e uma baixa AEF entre os participantes, reforçando a influência negativa de padrões de beleza e a necessidade de promover uma aceitação maior da diversidade corporal. Com isso, a pesquisa evidencia a relevância de intervenções multiprofissionais que visem à promoção de uma imagem corporal positiva e uma motivação para a prática de exercício físico. Tais estratégias são essenciais para combater estereótipos de beleza, melhorar a percepção corporal e o condicionamento físico, contribuindo para a saúde e o bem-estar dos indivíduos.