Efeito da esculetina no acúmulo de lipídios induzido por palmitato de sódio em células HepG2

Abstract

A Doença Hepática Esteatótica Metabólica (DHEM) afeta cerca de 30,1% da população mundial e é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, sem ligação com álcool, drogas ou vírus. Comumente associado a distúrbios metabólicos como obesidade, resistência à insulina, hipertensão e diabetes mellitus tipo 2, inicia com esteatose e pode evoluir para quadros mais graves, como esteato-hepatite, cirrose e hepatocarcinoma. A obesidade visceral e a lipólise aumentam a liberação de ácidos graxos livres, como o ácido palmítico, que agravam a doença. Embora não existam medicamentos específicos para o tratamento inicial, os medicamentos para diabetes são indicados em casos avançados. Produtos naturais, como a esculetina (ESC), uma cumarina com propriedades farmacológicas diversas, apresentam potencial terapêutico. Estudos indicam que a ESC pode reduzir o acúmulo de lipídios no fígado, mostrando-se uma promessa no tratamento e prevenção do DHEM. Logo, objetiva-se realizar um estudo com células HepG2 para avaliar o efeito da ESC no acúmulo lipídico induzido por palmitato de sódio (PS). Para isso, realizou-se o ensaio de MTT para verificar a citotoxicidade do composto. Posteriormente a solução de PS a 0,25 mM foi preparada e as células foram expostas ao PS concomitantemente a diferentes concentrações da ESC (25, 50 ou 75 μM) para ser analisado o acúmulo de lipídios através do corante Sudan III. O teste viabilidade celular indicou que a ESC não apresentou toxicidade até a concentração de 75 μM. A indução do acúmulo lipídico foi feita com PS, e os resultados mostraram que a esculetina reduziu significativamente o acúmulo de lipídios em todas as concentrações testadas (25, 50 e 75 μM) com uma redução média de 74%. Esses achados direcionam a esculetina como possível bioativo a ser utilizado na prevenção e tratamento DHEM, tendo em vista o seu potencial em reduzir o acúmulo lipídico hepático e auxiliar no tratamento de distúrbios metabólicos. No entanto, são necessários mais estudos, como ensaios clínicos, para validar suas propriedades de segurança e eficácia terapêutica.