Novas soluções, antigo problema: estudo de caso da atuação de escritórios e coletivos de impacto social em Arquitetura e Urbanismo - RMR/PE

Abstract

Esta pesquisa tem como objetivo geral compreender qual o papel dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo na busca por dignidade e conforto para a população de baixa renda, mais especificamente na Região Metropolitana do Recife (RMR). Logo, a monografia fundamenta-se em 05 (cinco) objetivos específicos, que são: Analisar o nicho da arquitetura de interesse social na RMR; entender a necessidade do direito à cidade para as pessoas, e como este se rebate na atual precariedade das construções em comunidades da RMR; compreender a atuação de escritórios e coletivos de impacto social em arquitetura e urbanismo junto à realidade da RMR; elaborar mapeamento do quantitativo de projetos sociais realizados pelos escritórios e coletivos; por fim analisar alguns projetos de interesse social realizados pelos escritórios e coletivos entrevistados. Tais objetivos levaram em consideração a desigualdade social no Brasil, que não é um problema atual. Quando se analisa o processo de favelização no país, ainda no século XIX, é possível perceber o quanto a segregação sócio espacial interferiu no processo de urbanização das cidades, onde grande parte da população não teve acesso aos direitos básicos e moradia digna. A insatisfação da população levantou a pauta da Reforma urbana, que ganhou força no século seguinte, resultando no Movimento Nacional pela Reforma Urbana, em 1985. É inegável que a luta pelo direito à cidade e a moradia trouxeram avanços importantes, como a criação de programas e projetos de habitação de interesse social; e a promulgação de leis como o Estatuto da Cidade e a Lei da Assistência Técnica. Porém, a realidade brasileira em relação à arquitetura de inclusão social ainda está longe do ideal. Nesse contexto, surgem arquitetos e urbanistas que insatisfeitos com tal situação, optam por atuar no nicho de escritórios populares e coletivos sociais, causando um impacto significativo na vida das pessoas de baixa renda. Assim, é possível identificar 03 (três) problemáticas principais que pautaram esta pesquisa, que são: A dificuldade da população de baixa renda ter acesso a arquitetos; a dificuldade de os arquitetos acessarem a população de baixa renda e a falta de direito à cidade. Portanto justifica-se a necessidade de pesquisar e debater sobre o assunto, tendo em vista que é de extrema importância não apenas para a população de baixa renda, mas para todos os que vivem a cidade independente da classe social, intelectual, política ou econômica – tratando-se, portanto, de um direito constitucional. No tocante às etapas do trabalho, foi empregada a pesquisa bibliográfica com leitura e fichamento de obras para a formação do referencial teórico; o mapeamento dos escritórios e coletivos focados em arquitetura de inclusão social na Região Metropolitana do Recife; a elaboração de roteiro para as entrevistas com escritórios e coletivo; entrevistas com estes escritórios e coletivos; análise quantitativa dos dados coletados e análise qualitativa de alguns projetos desenvolvidos por estes escritórios e coletivos; e a análise dos dados coletados. Por fim, os resultados obtidos com tais análises demonstrarão como o trabalho realizado por meio de Arquitetura e Urbanismo de inclusão social é capaz de impactar positivamente a vida das pessoas de baixa renda, fato que fortalece a importância dos escritórios e coletivos abordados nesta pesquisa.