Os determinantes sociais da desigualdade de renda em Pernambuco

Abstract

Esta pesquisa analisou os determinantes sociais da desigualdade de renda em Pernambuco, investigando como a escolaridade, a cor ou a raça, o gênero, o setor geográfico (urbano ou rural) e a formalidade trabalhista impactam a renda dos pernambucanos. Por meio da utilização dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2023, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, aplicados à estratégia econométrica da decomposição de Oaxaca-Blinder, o estudo quantificou as disparidades de renda entre os grupos distintos e decompôs essas diferenças em: efeito dotação, associado as características observáveis das pessoas; e efeitos dos coeficientes, interpretados frequentemente como efeito da discriminação. Os resultados apontaram que as pessoas com ensino superior, brancos, homens, residentes urbanos e trabalhadores formais possuem rendimentos mais altos em comparação com a parcela da população com características opostas. Uma parte considerável dessa desigualdade se mostrou resultante da discriminação estrutural. Apesar dessa disparidade atual, a desigualdade socioeconômica pernambucana tem origem na Era Colonial, que contribuiu para a perpetuação da segregação social ao longo dos séculos. Este estudo colabora com a bibliografia local, fornecendo informações relevantes por meio de resultados empíricos para a formulação de políticas públicas voltadas à redução da desigualdade de renda.