Acesso e uso dos serviços de saúde pela comunidade quilombola do município de Passira-PE

Abstract

As comunidades quilombolas no Brasil são símbolos de resistência e perpetuação socioculturais frente a diversos tipos de opressão. Alguns autores defendem que o acesso é definido a partir de quatro fatores, são eles: disponibilidade, aceitabilidade, capacidade de pagamento e informação. Quando falamos sobre acesso à saúde, não é apenas sobre a utilização, mas quais as condições de acesso e a qualidade dos serviços prestados. Entretanto, observa-se que apesar de preconizado pela Constituição Federal, o direito à saúde ainda tem muitos déficits, principalmente para as populações do campo e com condições socioeconômicas instáveis. A presente pesquisa objetiva compreender a percepção sobre o acesso e utilização dos serviços de saúde das comunidades quilombolas do município de Passira, Pernambuco, sob a ótica das mães da comunidade quilombola, profissionais e gestores desta população. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem qualitativa. O estudo foi realizado na Comunidade Quilombola Sítio Cha dos Negros, localizada na zona rural do município de Passira, no agreste pernambucano. De acordo com os critérios de inclusão e exclusão, participarão desta pesquisa, mulheres das comunidades quilombolas no ano de 2022. Foram realizadas entrevistas individualizadas a partir de um roteiro semiestruturado, os dados coletados foram analisados com o método do Discurso do Sujeito Coletivo. Diante disso, foi exposto que a percepção das mulheres sobre o acesso e a utilização dos serviços de saúde na comunidade quilombola perpassa pela valorização e reconhecimento da atuação dos profissionais da atenção primária à saúde, protagonizado pelo agente comunitário de saúde.