Análise da variabilidade da frequência cardíaca e da tolerância ao esforço de pacientes com fração de ejeção reduzida e melhorada

Abstract

A intolerância ao esforço nas doenças cardiovasculares resulta de comprometimentos funcionais que limitam a capacidade física. Essas disfunções comprometem o desempenho durante o exercício causando fadiga e dispneia. Além disso, a intolerância ao esforço pode desencadear alterações do sistema nervoso autônomo, afetando a regulação da frequência cardíaca e aumentando o risco de arritmias. Compreender essas interações é essencial para melhorar o manejo clínico da intolerância ao esforço, a fim de promover a melhorada qualidade de vida e da saúde cardiovascular dos pacientes. Este trabalho visa analisar o controle autonômico cardíaco através da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) em um teste de esforço submáximo, teste de caminhada de 6 minutos (TC6), em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida (ICFEr) e melhorada (ICFEm).Trata-se de um estudo transversal analítico com 19 indivíduos de ambos os sexos com idades entre 18 e 65 anos. Foram registrados os intervalos de tempo entre os sucessivos batimentos cardíacos usando um cardiofrequencímetro nas condições pré, durante e pós o teste de caminhada. Os dados foram transferidos para o Polar FlowSync® e analisados no Kubios HRV Standard, calculando-se índices de VFC no domínio do tempo e da frequência.Os participantes com ICFEr apresentaram índices de VFC no domínio do tempo (SDNN e rMSSD) diminuídos durante o teste de tolerância ao esforço e na fase de recuperação quando comparado ao grupo de fração de ejeção do ventrículo esquerdo melhorada. Os resultados obtidos em ambos os grupos, na distância percorrida do TC6, demonstraram um desempenho de 70% da estimativa preditiva. Pacientes com ICFEm têm uma resposta mais adaptativa na VFC, segundo os índices do domínio do tempo SDNN e rMSSD, durante e após o TC6 e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo pode não estar diretamente relacionada à capacidade funcional medida pelo TC6.