Produção de biossurfactante para aplicação como defensivo agrícola natural

Abstract

A utilização de agrotóxicos acarreta consideráveis problemas ambientais. Possuem alta toxidade e demoram muito para serem biodegradados. Em contrapartida, uma alternativa promissora são os defensivos agrícolas naturais, que representam uma abordagem mais benéfica ao meio ambiente. Estes consistem em produtos de origem biológica, tais como derivados de extratos de plantas, fungos e bactérias, dentre outros, constituindo-se numa opção mais sustentável para a agricultura. Os biossurfactantes são tensoativos naturais com atividade antimicrobiana e biodegradáveis, os quais vêm sendo utilizados no setor agrícola. Neste sentido, esta pesquisa teve como objetivo investigar a capacidade do biossurfactante da levedura Starmerella bombicola ATCC® 22214TM atuar na germinação, nutrição vegetal, proteção pós-colheita, bem como na proteção contra fitopatógenos de espécies vegetais de importância econômica visando a obtenção de uma formulação defensiva agrícola natural. Foi realizada a produção do biossurfactante da levedura Starmerella bombicola ATCC® 22214TM onde foi fermentado durante 168 horas a 28°C e 200 rpm em meio de cultivo contendo glicose e ácido oleico, foi analisado seu rendimento e tensão, com a aplicação do biossurfactante isolado foi usado no desenvolvimento de formulações de agrodefensivos com óleos essenciais, onde foi realizado os seguintes testes, fitotoxicidade na presença de sementes de maxixe, germinação de sementes de maxixe em solo adubado, análise antifúngica e teste de vida útil pós-colheita em folhas de alface americana. O biossurfactante da levedura Starmerella bombicola ATCC® 22214TM de foi capaz de reduzir a tensão superficial do meio para 31 mN/m, com rendimento de 10 g/L e CMC (Concentração Micelar Crítica) de 366 mg/L. No teste de fitotoxicidade, a formulação de biossurfactante com óleo de rícino, apresentou o melhor desempenho. Nos testes de atividade antifúngica, as formulações de biossurfactante com ácido oleico e biossurfactante com óleo de capim limão mostraram resultados promissores onde não apresentou crescimento fúngico. Nos testes de dispersão superficial, todas as formulações testadas superaram o valor do produto comercial (Neem comercial). Na germinação em solo, o biossurfactante apresentou resultado significativo, e a formulação de biossurfactante e óleo de Tea Tree teve um efeito de melhora em relação a so o biossurfactante, mostrando uma possível aplicação como bioestimulante. Esses resultados indicam a viabilidade dessas formulações como alternativas eficazes na indústria agrícola.