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Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/64527

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Título: Representações sociais da profissão docente construídas por ex-professores de Educação Básica da Rede Municipal do Recife
Autor(es): SILVA, Ivis Chagas da
Palavras-chave: Representações sociais; Profissão docente; Abandono de carreira; Desencantamento
Data do documento: 14-Mar-2025
Editor: Universidade Federal de Pernambuco
Citação: SILVA, Ivis Chagas da. Representações sociais da profissão docente construídas por ex-professores de Educação Básica da Rede Municipal do Recife. 2025. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2025.
Abstract: O objetivo desta pesquisa foi identificar e analisar as representações sociais da profissão docente entre (ex)professores da Educação Básica que abandonaram a carreira na Rede Municipal do Recife. Este estudo enfatiza a relação entre o desencantamento com a docência e o abandono profissional. Acerca da profissão docente, apoiamo-nos em autores como Enguita (1991), Ozga e Lawn (1991), Larson (2018), Souza (2004), Imbernón (2011), Flores (2014), Nóvoa (1989, 1992 e 2017), entre outros. Como referencial teórico-metodológico, adotamos a Teoria das Representações Sociais (TRS) de S. Moscovici, particularmente a abordagem Culturalista (ou Sociogenética) liderada por Jodelet. Representações sociais, a partir da TRS, são construções coletivas que dão sentido à realidade dos sujeitos e orientam suas práticas. De acordo com Moscovici (2015), as representações sociais funcionam como formas de lidar com a memória coletiva, moldando as experiências e práticas dos sujeitos. Desenvolvemos, então, uma investigação de abordagem qualitativa, para a qual utilizam os a técnica de entrevista semiestruturada realizada de forma on-line, por meio do Google Meet. Entrevistamos sete ex- professores da Educação Básica organizados em dois subgrupos: I) duas professoras que migraram da Educação Básica para o Ensino Superior; e II) cinco ex-professores que mudaram de profissão. A técnica temática da Análise de Conteúdo de Bardin guiou a organização e a análise do material empírico. O corpus das entrevistas foi organizado nas seguintes categorias temáticas: a) Motivação para cursar licenciatura; b) “Eu” professor da Rede Municipal do Recife; c) Satisfações em ser professor na Rede Municipal do Recife; d) Insatisfações em ser professor na Rede Municipal do Recife; e) Motivos que incentivaram o abandono da profissão na Educação Básica; f) Definição do atual professor da Educação Básica; e g) Motivos que podem levar outros professores a abandonarem a Educação Básica. Essas categorias revelaram que, enquanto as representações sociais da docência entre as professoras que migraram para o Ensino Superior são relacionadas à admiração e à desvalorização, os participantes que mudaram de profissão demonstraram representações mais críticas e desencantadas, a partir de um sentimento fatalista. Para estes sujeitos, a profissão docente está relacionada à violência, à falta de reconhecimento e às insatisfações com as estruturas de trabalho. Os achados indicam que o principal motivo ao abandono da profissão para o subgrupo I foi a possibilidade de progressão na carreira e melhoria das condições de trabalho (maior valorização); para o subgrupo II, a violência se apresentou como principal instigadora do abandono profissional. Em ambos os subgrupos, as representações da profissão docente foram construídas a partir das práticas dos participantes. Os depoimentos evidenciam a precarização do trabalho docente no cotidiano, resultante, sobretudo, das políticas e ações do Estado. Os participantes enfatizaram a necessidade de valorização da docência, abrangendo melhorias salariais e aprimoramento das condições de trabalho. Os resultados desta pesquisa evidenciam as insatisfações, os desafios da profissão, suas relações com o desencantamento docente e indicam, assim, a necessidade de políticas públicas incisivas que atendam às necessidades emocionais e institucionais dos professores. Além disso, constatamos que a maior parte dos professores potencialmente desencantados migraram para outras Redes de Educação Básica, e não abandonam a profissão. Pedir exoneração não implica abandoná-la. Esta pesquisa, por fim, confirma que políticas que proletarizam o docente, minimizando a sua voz, contribuem para a despolitização da categoria e, consequentemente, para o seu esvaziamento.
URI: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/64527
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado - Educação

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