Análise do acesso aos serviços de saúde das populações rural e urbana no estado de Pernambuco

Abstract

O acesso à saúde, integrado a outros fatores, pode ser considerado um determinante da qualidade de vida. Nesse contexto, observam-se diferenças significativas no acesso aos serviços de saúde entre as populações de diferentes estados do país, incluindo Pernambuco, resultando em iniquidades no acesso à atenção à saúde para os usuários do Sistema Único de Saúde. Este estudo analisou as desigualdades no acesso aos serviços de saúde entre populações residentes em áreas rurais e urbanas no estado de Pernambuco, com base em dados do Módulo J da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. Utilizando abordagem quantitativa e técnicas estatísticas de associação (qui-quadrado) e magnitude (V de Cramer), a pesquisa identificou diferenças marcantes na forma de utilização dos serviços de saúde, no tipo de atendimento, na cobertura por planos de saúde, nas internações hospitalares e no uso de práticas integrativas e complementares. Os resultados apontam que moradores de áreas rurais dependem majoritariamente do Sistema Único de Saúde, possuem menor frequência de consultas médicas e odontológicas regulares, e enfrentam barreiras adicionais relacionadas ao deslocamento e à disponibilidade de profissionais. Em contrapartida, os residentes de zonas urbanas tendem a recorrer mais a serviços privados, contam com maior cobertura de planos de saúde e acesso a terapias complementares. As diferenças observadas revelam desigualdades estruturais que vão além da disponibilidade física dos serviços, refletindo aspectos socioeconômicos, culturais e geográficos que moldam o acesso à saúde no território Pernambucano. O trabalho reforça a necessidade de políticas públicas que considerem essas especificidades territoriais para promover a equidade e garantir a efetividade do direito universal à saúde.