Análise da assistência integral à saúde da mulher com endometriose: um olhar sobre o SUS

Abstract

A endometriose é uma doença ginecológica crônica, inflamatória e multifatorial que afeta milhões de mulheres em idade reprodutiva, comprometendo significativamente sua qualidade de vida, o que configura um problema de saúde pública. Este estudo teve como objetivo analisar como a literatura científica aborda as Políticas Públicas voltadas para o tratamento da endometriose no contexto da saúde pública brasileira, identificando avanços, desafios e lacunas nas práticas de atenção à saúde. O estudo adotou o método de revisão integrativa da literatura, com o intuito de sintetizar evidências científicas sobre a abordagem das políticas públicas de saúde voltadas à endometriose. A pesquisa utilizou descritores controlados (DeCS/MeSH) combinados com operadores booleanos (“AND” e “OR”) para garantir maior precisão. Foram utilizadas as bases de dados BVS, SciELO, PubMed e Portal CAPES, com descritores padronizados: “Endometriose”, “Políticas Públicas de Saúde”, “Saúde da Mulher”, “Qualidade de Vida” e “Assistência Integral à Saúde”. Os critérios de inclusão abrangeram artigos publicados entre 2020 e 2024, nos idiomas português e inglês, com enfoque em políticas de saúde e serviços de atenção à mulher. A análise dos dados ocorreu por meio de análise de conteúdo. A busca identificou 15 artigos abordando de forma multidimensional a endometriose, destacando seus impactos físicos, emocionais, sociais e reprodutivos, além das lacunas no cuidado integral e nas políticas públicas de saúde da mulher. Os achados revelam que, apesar dos avanços institucionais promovidos pela PNAISM, a endometriose ainda é subdiagnosticada, invisibilizada pelas práticas biomédica e tratada de forma fragmentada. O diagnóstico tardio, as desigualdades regionais e raciais no acesso, a baixa articulação entre os níveis de atenção e o subfinanciamento crônico do SUS é apontada como fatores limitantes. Conclui-se que é urgente fortalecer a rede de atenção à saúde da mulher com protocolos clínicos específicos, formação profissional contínua, ampliação do acesso e incorporação sistemática de abordagens integrativas, visando garantir o direito ao cuidado integral e equitativo para as mulheres com endometriose.