A importância do diálogo entre escola e comunidade para gestão escolar democrática

Abstract

Este trabalho analisou o diálogo entre a escola e a comunidade, enquanto prática discursiva na construção e efetivação da gestão democrática. Tomou como objeto de estudo uma escola situada na cidade de Olinda, Pernambuco. Teoricamente, apoiou-se numa revisão de literatura. A metodologia fundamentou-se na Análise de Discurso, permitindo a investigação das diferentes perspectivas e significados atribuídos ao diálogo dentro do contexto da gestão escolar. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com atores dos segmentos representativos da escola, buscando compreender como a comunicação influencia as decisões administrativas, pedagógicas e organizacionais. A abordagem qualitativa utilizada possibilitou identificar sentidos que sinalizam à complexidade que o diálogo demanda ao exercício da gestão escolar democrática, trazendo à tona tanto potencialidades e possibilidades de efetivação quanto contradições e lógicas discursivas próprias ao espaço de poder constitutivo das relações sociais hierárquicas que permeiam os jogos, as tramas às práticas cotidianas do ambiente escolar. Apontou como os sentidos atribuídos ao diálogo, à participação e à autonomia são produzidos, disputados e ressignificados no interior da escola, revelando a complexidade das práticas discursivas que sustentam ou tensionam os princípios democráticos no seu cotidiano. Evidenciou-se, então, que os sentidos de autonomia e participação não são universais ou estáveis, mas estão sujeitos a deslocamentos e disputas ideológicas, sendo influenciados pelas posições que os sujeitos ocupam dentro da escola e pelas suas experiências concretas. Demonstrando, assim, que a gestão democrática deve ser compreendida como um campo de luta simbólica onde diferentes projetos de escola e sociedade se confrontam.