Mapeamento cerebral com eletroencefalograma quantitativo em adolescentes com experiência de bullying: influência da ideação suicida

Abstract

Objetivo: Avaliar a prevalência de bullying e possíveis alterações eletroencefalográficas em áreas cerebrais de adolescentes vítimas de bullying. Método: A primeira fase foi um estudo epidemiológico transversal de 442 adolescentes com idade entre 10 e 19 anos de ambos os sexos avaliados por meio de um questionário sobre bullying. Na segunda fase, o eletroencefalograma quantitativo (EEGq) foi utilizado para análise clínica, dividindo os participantes em dois grupos: Grupo A (GA), sem vivência de bullying, e Grupo B (GB), vítimas de bullying. O BioExplorer registrou o EEGq usando o sistema TQ-7, e os dados foram processados no Matlab® e analisados no sLORETA. Resultados: 51,1% dos adolescentes eram do sexo feminino; 25,6% foram vítimas de bullying; 21,5% não haviam vivenciado bullying. Foi realizada uma análise comparativa do EEGq de cinco adolescentes para cada grupo. Na análise voxel por voxel da densidade de corrente elétrica cortical, foi identificado um limiar bicaudal de t-max = 4,029, com p = 0,05. As áreas corticais que exibiram a maior atividade cortical com valores maiores que t-max foram a frequência cerebral Beta - II na região do córtex do lobo parietal superior do hemisfério esquerdo (t-max = -5,38E-9) e a frequência Beta - III na área do giro pré-central do hemisfério direito (t-max = -6,43E-9), ambas no GB. Conclusão: Foram encontradas altas taxas de vitimização por bullying. A maior atividade cortical das áreas cerebrais do GB foi associada a padrões distintos de processamento motor, inquietação e alerta, o que sugere um estado de tensão durante o repouso.