Perspectivas sobre a acessibilidade no Jardim Botânico do Recife para a formação do sujeito ecológico

Abstract

Os jardins botânicos, enquanto museus de ciência, possuem funções educativas, científicas e culturais relevantes para a sociedade. Esta pesquisa buscou identificar as dimensões de acessibilidade nos âmbitos arquitetônico, comunicacional, programático e desenho universal, com base na Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) e na Política Nacional de Educação Museal (PNEM, 2018), presentes ou ausentes no Jardim Botânico do Recife, compreendendo-as como premissas fundamentais para a formação do sujeito ecológico. Neste estudo selecionamos para a coleta de dados os setores do Jardim Sensorial, Jardim de Plantas Tropicais, Trilha Acessível, Plano Diretor do JBR e o hall de entrada do JBR. A escolha dos espaços expositivos se deve ao fato de estarem incluídos na trilha autoguiada, que corresponde à área calçada do JBR. Além dos espaços, o plano diretor também foi considerado relevante, por se tratar de um planejamento que visa ao funcionamento das áreas supracitadas. Os resultados indicam a presença de elementos do desenho universal, acessibilidade arquitetônica, comunicacional, bem como o uso de tecnologias assistivas, mas também revelam barreiras que comprometem a acessibilidade plena e a participação efetiva. A construção de uma identidade orientada por valores da sustentabilidade e da justiça social, com base na inclusão, contribui para a consolidação de um sujeito ecológico. Os objetivos propostos foram alcançados, uma vez que a análise permitiu identificar as dimensões de acessibilidade presentes e ausentes no Jardim Botânico do Recife, tanto nos espaços expositivos selecionados (Jardim Sensorial, Jardim de Plantas Tropicais, Trilha Acessível e Hall de Entrada) quanto no Plano Diretor da instituição. Os resultados mostraram que há avanços importantes, como a presença de elementos de desenho universal, recursos de acessibilidade arquitetônica e comunicacional, além do uso de tecnologias assistivas. Contudo, também foram evidenciadas barreiras que comprometem a acessibilidade plena, como falhas na manutenção de pisos táteis, ausência de audiodescrição e de Libras, além da insuficiência de recursos em Braille. Assim, a pesquisa evidenciou o potencial educativo do JBR para a formação do sujeito ecológico. Ao mesmo tempo em que apontou a necessidade de ampliar esforços para assegurar a autonomia e participação efetiva de todos os visitantes.