Avaliação dos efeitos funcionais e moleculares induzidos pela desnutrição proteica e atividade física materna sobre o controle da atividade nervosa simpática e ventilação em ratos jovens

Abstract

O presente estudo avalia se a atividade física materna atenua as disfunções cardiorrespiratórias e as alterações transcricionais apresentadas pelo corpo carotídeo (CB) de ratos de mães submetidas à restrição proteica. Avaliar se a atividade física materna é capaz de atenuar os efeitos cardiorrespiratórios promovidos pela desnutrição proteica. Ratas Wistar realizaram atividade física voluntária por um período de 30 dias e foram classificadas como inativas (n=12) ou ativas (n=12) de acordo com a distância percorrida diariamente no cicloergômetro. Logo depois, as ratas foram colocados para acasalar. Durante a gestação e lactação, as mães receberam dieta normoproteica (NP: 17% de proteína, n=18) ou hipoproteica (LP: 8% de proteína, n=18). Na prole, avaliaram-se os níveis séricos bioquímicos (proteínas totais, albumina, colesterol, triglicerídeos e glicemia de jejum), respiratórios (frequência respiratória-FR; volume corrente-VT e ventilação- VE) e parâmetros cardiovasculares (pressão arterial média-PAM; frequência cardíaca-FC e variabilidade cardíaca) e expressão de mRNA do fator 1-alfa indutível por hipóxia (HIF-1α), tirosina hidroxilase (TH) e receptores purinégicos (P2X2, P2X3 e P2Y2) em ratos jovens. Os filhotes LP inativo apresentaram menores valores de FR do 1º ao 14º dia de idade, e maior FR aos 30 dias de idade do que os filhotes NP-inativo e NP-ativo. Os filhotes LP e LP-inativo apresentaram proteína sérica reduzida, albumina, colesterol e triglicérides e glicemia de jejum aumentada quando comparados aos grupos NP-inativo e NP-ativo. Animais LP e LP-inativo mostraram um aumento na variabilidade cardíaca nas bandas LF, sugerindo uma grande influência da atividade nervosa simpática. Nas análises de mRNA, os animais LP e LP-inativo apresentaram aumento de HIF-1α e expressã similar de TH e receptores purinérgicos no corpo carotídeo (CB) quando comparados aos grupos NP. Todas essas alterações observadas nos filhotes LP-inativos foram atenuadas nos filhotes de mães ativas (grupo LP-ativo). A atividade física materna é capaz de atenuar as alterações metabólicas, cardiovasculares, respiratórias e de transcrição do HIF-1αinduzidas pela desnutrição protéica perinatal.