Governança e comercialização de turismo de base comunitária (TBC) : um estudo sobre os entraves para a consolidação de iniciativas recifenses

Abstract

O Turismo de Base Comunitária (TBC) emana a partir de uma proposta de uma nova visão paradigmática do fenômeno turístico, uma forma de incrementar a atividade inspirada no desenvolvimento sustentável e na participação ativa dos atores que compõem uma comunidade. No entanto, tais iniciativas, embora sejam constantemente estudadas e debatidas pela academia, e ainda, sejam vistas como fonte de renda alternativa para reduzir a pobreza e melhorar a qualidade de vida das populações de algumas localidades, enfrentam dificuldades para consolidar-se no mercado turístico e tendem a fenecer. Pesquisas realizadas na área apontam que a governança e o acesso ao mercado são obstáculos para esta consolidação. No Recife, duas comunidades, a Bomba do Hemetério e a Ilha de Deus, desenvolvem iniciativas de TBC, porém ambas não se firmaram como destino turístico regular. Logo, a presente pesquisa busca compreender o que dificulta a consolidação dessas iniciativas recifenses no mercado turístico. Situada no paradigma pragmático, a pesquisa caracteriza-se como qualitativa descritiva e explicativa, tendo sido dividida em fases distintas que buscaram conferir maior profundidade às análises. Inicialmente, foram identificados, por meio de pesquisa bibliográfica, dois modelos, sendo um de análise da governança do TBC (MAG) e outro propositivo de acesso ao mercado e comercialização direta. Em seguida, associou-se a Revisão Integrativa da Literatura (RIL) e o Estudo Bibliométrico para revisar os aspectos teóricos e evidenciar lacunas no tema. Na pesquisa de campo, as técnicas de coleta de dados foram a observação, pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas e questionários abertos. Para o tratamento dos dados coletados empregou-se a Análise de Conteúdo do tipo categorial. Entre os entraves para a consolidação das iniciativas recifenses destacam-se os conflitos internos, baixo relacionamento com o poder público, alta dependência externa, inclusive de redes, ausência de um plano de marketing que institua uma identidade visual e direcione as ações de promoção e divulgação.