Interface homem-máquina : uma ferramenta de auxílio na reabilitação da marcha e do equilíbrio em pacientes pós-acidente vascular encefálico

Abstract

O acidente vascular encefálico (AVE) é um evento que compromete o sistema nervoso central (SNC) levando a limitações funcionais. A Realidade Virtual (RV) tem sido proposta como uma nova ferramenta tecnológica de auxílio para reabilitação, já que vai além do tratamento proporcionando motivação aos pacientes. Os sinais biomédicos possibilitam a obtenção de informações importantes para avaliação, acompanhamento e reabilitação em tempo real. Essas ferramentas são de suma importância no processo de reabilitação de indivíduos pós-AVE. A presente pesquisa tem como objetivo desenvolver um protótipo de uma interface homem-máquina, utilizando recursos de realidade virtual não imersiva, acelerometria e eletromiografia (EMG) como proposta para auxiliar na reabilitação da marcha e do equilíbrio de pacientes pós-AVE. Trata-se de um estudo de desenvolvimento tecnológico seguido de testes de funcionamento. O teste de funcionamento apresenta um desenho transversal com amostra por conveniência. A pesquisa foi dividida em quatro etapas, sendo a primeira a realização de um estudo piloto a fim de identificar e caracterizar as faixas de frequência para seleção dos filtros de eletromiografia. Na segunda etapa, foi realizada a montagem do instrumento, composto por um jogo de RV, EMG e acelerometria, realizada no laboratório de Interface Homem-máquina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A terceira etapa foi composta por testes do instrumento, seguindo o seguinte protocolo: um senta/levanta e uma caminhada, com o objetivo de verificar a viabilidade de aplicação do equipamento proposto. Participaram do estudo indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 25 e 60 anos e com cognitivo preservado. A etapa final foi dedicada à análise e interpretação dos resultados. A pesquisa resultou em um instrumento composto por um hardware, um software e firmware que se comunica com um computador via protocolo bluetooth. Após os testes do instrumento com o os participantes voluntários, analisou-se os questionários aplicados e concluiu-se que o instrumento teve grau de satisfação positivo, sugerindo boa usabilidade. Sugerindo que pode ser utilizado por profissionais de saúde em processos de reabilitação.