Avaliação in vivo da atividade antidiarreica do extrato hidroetanólico de folhas de Psidium guineense swartz em camundongos

Abstract

No arsenal de plantas medicinais usadas como fontes de tratamentos alternativos das doenças do trato gastrointestinal, principalmente nas síndromes diarreicas, estão as do gênero Psidium. Dentre as mais utilizadas destacamos a Psidium guajava, conhecida popularmente como goiabeira, bastante estudada cientificamente para esta finalidade, e Psidium guineense, conhecida como araçá, cuja atividade antidiarreica não se encontra na literatura. Partindo de critérios etnofarmacológicos e quimiotaxonômicos, investigou-se a atividade antidiarreica do extrato hidroetanólico das folhas de P. guineense (EHEPg), e estabeleceu-se sua dose letal 50%. Na dose letal 50%, dividimos seis camundongos fêmeas em dois grupos, onde um recebeu o EHEPg 2.000 mg/kg por via oral (v.o.), e o outro, veículo; esse protocolo foi repetido nas mesmas condições. No teste antidiarreico, dividiu-se 56 camundongos machos em sete grupos, dos quais quatro receberam EHEPg nas doses de 50, 100, 200 e 400 mg/kg por v.o., um recebeu loperamida 3 mg/kg por v.o. e um recebeu apenas água destilada, 60 minutos após o pré-tratamento com o laxante óleo de rícino por v.o.; a diarreia não foi induzida em um grupo. Nenhum camundongo fêmea morreu no teste da dose letal 50%. As doses de 100 e 400 mg/kg do EHEPg retardaram e diminuíram os episódios diarreicos, das quais a maior delas foi mais eficaz que o tratamento com loperamida. Concluímos que o EHEPg tem baixa toxicidade e apresenta atividade antidiarreica satisfatória. Dessa forma, pode-se estabelecer formulações a partir da Psidium guineense para o tratamento da diarreia.