Analogias nos livros didáticos de química do ensino médio e a correspondência em qual modelo atômico os estudantes concebem.

Abstract

As analogias estão inseridas em diversas situações do cotidiano e configuram-se numa tentativa de explicar algo para outra pessoa, ou até mesmo de entender uma nova ideia associada às informações já conhecidas. A utilização das analogias é comum em livros didáticos de Ciências, sobretudo devido à existência de inúmeros conceitos abstratos. Com efeito, a relevância das analogias no processo de ensino-aprendizagem é realçada por vários autores, embora existam algumas limitações associadas ao seu uso. Este trabalho teve como objetivo investigar como os estudantes do 3º ano do Ensino Médio compreendem simbolicamente o átomo através de analogias, ou seja, averiguar qual modelo atômico os alunos concebem, fazendo uso do processo analógico em suas explicações conceituais. Como instrumentos de coleta de dados, foi utilizado um questionário estruturado, o qual é padronizado e composto por três perguntas subjetivas. Para amostra, foram investigados 120 estudantes de 17 escolas públicas, de 12 cidades situadas na Microrregião de Garanhuns, estado de Pernambuco. Para fundamentar as respostas dos alunos nos questionários, foram selecionados 5 livros-texto, os quais passaram por uma análise documental, como está explicado na metodologia. Os resultados da análise documental mostram que a maioria dos livros-textos do Ensino Médio apresenta a mesma ideia para o átomo, seja em termos descritivo como representativo o que configura a utilização das analogias. Quanto aos resultados coletados com os questionários aplicados aos alunos neste estudo, constatamos que o modelo atômico mais representado foi o de Rutherford, mas mesmo assim, suas representações, na maioria dos casos, não convergem com suas descrições. Nessas condições, inferimos que os alunos têm sérias confusões de ideias, no sentido de que eles explicam um tipo de modelo para átomo e desenha outro, o que sugere uma limitação cognitiva.