Efeitos de volumes de treinamento e simulação da corrida de ultra- endurance na capacidade antioxidante cerebelar, dano muscular e performance física de roedores

Abstract

A corrida de ultra-endurance (UE) tem sido associada a alterações metabólicas cerebrais, mas ainda não se sabe quais regiões são vulneráveis. Este estudo investigou se altos volumes de corrida em roedores, mesmo sob baixas intensidades, podem induzir o estado oxidativo e inflamatório cerebelar. Quarenta e cinco ratos adultos foram divididos em 6 grupos, de acordo com um período de treinamento, seguido ou não de um teste de exaustão (TE) que simula a UE: controle (C), controle + TE (C- TE), moderado volume de treinamento (MV) e MV-TE, elevado volume de treinamento (EV) e EV- TE. Uma corrida contínua em esteira foi realizada 5 vezes / semana. O período de treinamento foi de 30 (MV) e 90 (EV) min / dia por 3 meses. Após 24 horas, o TE foi realizado e os níveis séricos de lactato foram avaliados. Homogenatos séricos e cerebelares foram obtidos 24 horas após o TE. Os níveis séricos de creatina quinase (CK), lactato desidrogenase (LDH) e corticosterona foram avaliados. Lipoperoxidação (LP), óxido nítrico (NO), proteínas da interleucina 1β (IL-1β) e proteína ácida fibrilar glial (GFAP), nível de glutationa reduzida (GSH) e oxidada (GSSG), atividades da superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) foram quantificadas no cerebelo . As concentrações séricas de lactato foram menores em MV-TE (~ 20%) e EV-TE (~ 40%) em comparação ao grupo C-ET. Os níveis de CK e corticosterona foram aumentados mais de 2 vezes pelo treinamento de EV em comparação ao controle. TE aumentou os níveis de CK no grupo MV-TE vs MV (p = 0,026). O EV induziu níveis mais altos de LP (~ 40%), mas um efeito aditivo de TE foi observado apenas no grupo MV-TE (p = 0,02). A atividade da SOD foi maior em todos os grupos treinados vs C e C-TE (P <0,05). A atividade de CAT, no entanto, foi intensificada apenas no grupo MV (P <0,02). Os níveis de GFAP de 50 kDa foram aprimorados em C-TE e MV-TE versus os respectivos controles, enquanto os níveis das isoformas de 42 kDa (~ 40%) e 39 kDa (~ 26%) foram reduzidos. No grupo EV-TE, a quantidade da isoforma de 50 KDa foi reduzida ~ 40-60% em comparação com os outros grupos e a isoforma de 39 KDa aumentou ~ 7 vezes. Os níveis de LDH, IL-1β, a razão GSH / GSSG e NO não foram modificados. Os dados mostram que a resiliência cerebelar ao dano oxidativo pode ser mantida durante o treinamento com MV, mas é reduzida após UE. O EV por si induziu alterações metabólicas sistêmicas e no estado oxidativo cerebelar. A UE após o treinamento EV foi capaz de prejudicar o perfil reativo dos astrócitos do cerebelo.