Como a espiritualidade pode contribuir na promoção da saúde : uma revisão sistemática

Abstract

Nas últimas décadas verifica-se uma maior produção acadêmica sobre o tema da espiritualidade. As pesquisas apontam contribuições significativas na saúde e observa-se que não existe um consenso em sua definição. É importante esclarecer que estes estudos compreendem este assunto como um aspecto laico. Com base na revisão de literatura, identificou-se que os estudos sobre a espiritualidade demonstraram-se compatíveis com a promoção da saúde. O presente estudo realizou uma análise das relações entre a espiritualidade e a promoção da saúde, com o propósito de aprofundar como a espiritualidade pode contribuir na promoção da saúde. Realizou-se uma revisão sistemática de artigos científicos dos últimos cinco anos, por meio das bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (que contempla várias bases como Medline, Lilacs, Cochrane), Periódicos Capes e Biblioteca Científica Eletrônica On-line (SciELO). Os descritores: Espiritualidade e Promoção da saúde, e sinônimos, foram pesquisados nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola. Com base nos resultados dos artigos da revisão sistemática foi possível identificar diferentes concepções tanto de espiritualidade quanto de promoção da saúde. As noções de espiritualidade voltadas para o desenvolvimento de aspectos individuais são compatíveis com a visão da promoção da saúde comportamental e do empowerment psicológico. Enquanto os conceitos sobre espiritualidade que estimulam uma consciência coletiva corroboram com os objetivos da promoção da saúde descrita no modelo socioambiental e no empowerment comunitário. Observou-se também que as estratégias que estimulam a consciência crítica e a participação em ações políticas coletivas podem contribuir de forma mais ampla para as demandas da área da saúde coletiva. As concepções de espiritualidade por este viés ainda são pouco difundidas na literatura acadêmica. Elas podem ser consideradas tecnologias leves por terem como fundamento a interação subjetiva, possibilitando acolhimento, vínculo, responsabilização e autonomia dos sujeitos.