Efeito agudo de um protocolo de exercício com vibração de corpo inteiro de diferentes amplitudes sobre equilíbrio postural, velocidade da marcha, força muscular e mobilidade funcional em idosas : ensaio clínico randomizado tipo crossover

Abstract

A vibração de corpo inteiro (VCI) é uma alternativa de treinamento de fácil aplicabilidade e curta duração que promove inúmeros benefícios aos idosos. No entanto, os protocolos para sua aplicação divergem quanto à escolha da amplitude, frequência e duração impossibilitando um consenso sobre qual o melhor método para o treinamento. Diante deste contexto, para investigar as possíveis lacunas sobre o protocolo de VCI, foi produzida uma revisão sistemática a qual objetivou avaliar as revisões sistemáticas que analisaram a eficácia da VCI sobre força muscular e risco de quedas em idosos (PROSPERO-CRD42020140374). A busca resultou em três revisões sistemáticas as quais foram avaliadas por meio do instrumento AMSTAR 2 e ROBIS. Duas revisões foram classificadas com qualidade metodológica baixa e baixo risco de viés e uma classificada como qualidade metodológica criticamente baixa e risco de viés incerto de acordo com o AMSTAR 2 e ROBIS, respectivamente. Foram observadas baixas evidências sobre a eficácia da VCI na força muscular e redução do risco de quedas em idosos. A fim de estabelecer um protocolo de VCI para população idosa, foi desenvolvido um ensaio clínico randomizado do tipo crossover o qual objetivou avaliar a eficácia de uma única sessão de VCI com frequência de 35Hz e amplitude de 4mm comparada a amplitude de 2mm na melhora do equilíbrio postural estático, velocidade da marcha, força muscular e mobilidade funcional de idosas sedentárias. O estudo foi composto por dois protocolos de VCI com frequência fixa de 35Hz e variação de amplitude de 2mm e 4mm. Foram selecionadas 14 idosas sedentárias as quais foram submetidas a uma única sessão de VCI para cada protocolo (PA= 2mm e PB= 4mm) de forma randomizada. Entre cada sessão foi respeitado um período de washout de uma semana. Como resultado, foi observado que o protocolo com amplitude de 4mm melhorou a força muscular (13,28 vs 12,29 repetições, z= -2,379, p= 0,017) e a mobilidade funcional (9,24 vs 10,06 segundos, z= - 2,166, p= 0,030), com tamanho de efeito moderado (0,45 e 0,41 respectivamente). O equilíbrio postural estático e a velocidade da marcha não sofreram alterações. De acordo com os nossos resultados, foi demonstrado que uma única sessão de VCI com amplitude de 4mm melhorou a força muscular de membros inferiores e a mobilidade funcional em idosas sedentárias quando comparada a amplitude de 2mm. Foi observado que um único protocolo não foi suficiente para alcançar diversos desfechos simultaneamente, sendo necessário realizar a prescrição da VCI de acordo com as necessidades e objetivos propostos.