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https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40754
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Título: | Medicalização da saúde e estetização da vida : cultura fitness e política de saúde no Brasil |
Autor(es): | SILVA, Camila Rachel Lira |
Palavras-chave: | Política de saúde; Aptidão física; Imagem |
Data do documento: | 26-Fev-2021 |
Editor: | Universidade Federal de Pernambuco |
Citação: | SILVA, Camila Rachel Lira. Medicalização da saúde e estetização da vida: cultura fitness e política de saúde no Brasil. 2021. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2021. |
Abstract: | O debate do “bem-estar”, a partir da aparência e das condições do corpo, tem ganhado destaque na contemporaneidade. Esse fenômeno de valorização dos parâmetros estéticos, sob o crivo do discurso do “saudável”, é denominado de “estetização da vida”. O presente trabalho buscou analisar as tendências da “estetização da vida” na Política de Saúde brasileira e nos programas e recomendações do Ministério da Saúde (MS). Na tessitura da política do país, há diretrizes e normativas sanitárias que focam na alteração individual do comportamento e em ações que incentivam uma vida ativa, o emagrecimento e-, a realização de atividades físicas que, além de ter relação com a expansão das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, têm associações com o ideário da “estetização da vida”. Esse debate configura um terreno sinuoso e repleto de tensões conceituais e ideopolíticas que integra a busca do neoliberalismo por uma nova hegemonia, especialmente ao passar a ideia de que “cuidar do corpo” refere-se a um interesse de todos, passando os interesses privados a serem vistos como interesses públicos. A questão central desse estudo foi entender de que modo esse processo da “estetização da vida”, que vem se impondo no mundo desde 1990, tornou-se hegemônico a ponto de influenciar as políticas públicas de saúde no Brasil. Com isso, buscou-se identificar os fundamentos sócio-históricos e ideopolíticos do processo de afirmação da “estetização da vida” e analisar a construção de sua hegemonia a fim de identificar, nas diretrizes da política pública de saúde brasileira e nos dados estatísticos do mercado fitness, os elementos da cultura liberal individualista responsáveis pelo seu fortalecimento. Para tanto, foi realizado um estudo a partir do método crítico-dialético e, como recurso metodológico, foi realizado um estudo teórico- conceitual e a pesquisa documental. O documento analisado foi a Política Nacional de Promoção da Saúde e os programas do MS, tais como: Programa Academia da Saúde, Projeto Academia Recife, o Guia Alimentar para População Brasileira e as demais recomendações lançadas pelo MS. Constatou-se diversas contradições, pois, se de um lado, a política e as recomendações criam condições de acesso ao conhecimento de modos de preparação de alimentos saudáveis e à prática de atividade física, ao mesmo tempo que possui tendências do ideário da “estetização da vida” ao focar no individuo enquanto responsável por sua conduta alimentar, abordar o peso corporal enquanto estratégia para se manter “saudável”, desconsiderando as condições de vida e trabalho; pode ser também considerado, por outro lado, materiais contra hegemônicos, na medida em que são alvos de ataques de grandes indústrias e do próprio Estado, por esbarrar nos interesses econômicos dos grandes conglomerados, tais como as indústrias alimentícias. Além disso, constatou-se elementos representativos de um mercado fitness em ascensão que vem obtendo altos índices de lucratividade ao se apropriar do discurso do “bem-estar”, da beleza, da vitalidade e da estética. Portanto, é indiscutível a imprescindibilidade do aprofundamento da discussão crítica da temática, uma vez que se trata de um ideário que vem se colocando sobremaneira no cotidiano dos sujeitos. |
Descrição: | SOUZA, Marco Antonio Mondaini de, também é conhecido(a) em citações bibliográficas por: MONDAINI, Marco. |
URI: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40754 |
Aparece nas coleções: | Dissertações de Mestrado - Serviço Social |
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